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Desmatamento da Amazônia tem queda no primeiro mês de 2023

Região teve 167 quilômetros quadrados destruídos no mês passado, segundo o Sistema Deter, do Inpe

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 fev 2023, 14h48 - Publicado em 10 fev 2023, 11h47
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  • Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o desmatamento da Amazônia teve queda em janeiro. A região teve 167 quilômetros quadrados desmatados no mês passado, segundo o Sistema Deter. O número representa uma queda de 61% em relação ao mesmo mês de 2022, quando foi registrada uma área desmatada de 430 quilômetros quadrados no bioma.

    Segundo o Deter, os estados que mais tiveram registros de desmatamento no bioma foram Mato Grosso (69 quilômetros quadrados), Pará (32) e Roraima (31), somando 79% do total de destruição em janeiro de 2023 na Amazônia Legal. Os três municípios que mais desmataram são do estado de Mato Grosso (Porto dos Gaúchos, Querência e Tabaporã), com uma área de 33 quilômetros quadrados.

    No cerrado, foram destruídos 442 quilômetros quadrados, mantendo um patamar alto de destruição no bioma, mais de duas vezes superior ao desmatamento na Amazônia. Os dois estados que mais desmataram são da área que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – região considerada a principal fronteira de expansão agrícola no Brasil e uma das grandes frentes de destruição de ecossistemas do mundo. Em janeiro, a Bahia (156 quilômetros quadrados) e o Piauí (124) contribuíram para 63% da área desmatada no bioma.

    “Ainda é cedo para falar sobre uma reversão de tendência, já que parte desta queda pode estar relacionada com uma maior cobertura de nuvens no período. O Sistema Deter usa imagens de satélites com sensores ópticos que podem ser afetados pela ocorrência de nuvens. Portanto, precisaremos estar atentos aos dados dos próximos meses”, explica Daniel E Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

    Os dados são divulgados em momento de retomada da pauta de proteção ambiental pelo governo Lula. “É preciso reestruturar com máxima urgência os Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas”, afirma Frederico Machado, especialista em conservação e líder da Estratégia de Conversão Zero do WWF-Brasil. “Também é importante que o Brasil retome o seu papel de liderança ambiental no cenário internacional.”

    Neste momento, há discussões sobre a retomada de contribuições da França, da União Europeia, do Reino Unido e dos EUA para o Fundo Amazônia, paralisado desde 2019 pelo governo Bolsonaro. “Chegou também a hora de abrirmos os olhos para os riscos de exclusão de mercados mais exigentes, como o europeu, que fechou as portas aos produtos agropecuários associados ao desmatamento”, acrescenta Machado.

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