Como o excesso de ‘chapinha’ danifica o cabelo
Pesquisa da USP descobriu que todos os tipos de cabelo têm a estrutura interna e externa dos fios prejudicada pelas altas temperaturas do equipamento
Quem utiliza a ‘chapinha’ para modelar os cabelos percebe na prática que o excesso de calor da prancha térmica pode enfraquecer os fios. Uma nova pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) revelou como o equipamento age na estrutura capilar e torna os fios mais frágeis, porosos (quebram com facilidade) e sem uniformidade. De acordo com o estudo, em todos os tipos de cabelo, as altas temperaturas são capazes de desnaturar as proteínas dos fios e danificar a estrutura externa e interna – cabelos do tipo afro são os mais sensíveis aos dispositivos.
Segundo Cibele Lima, pesquisadora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas responsável pela análise, quando o equipamento atinge temperaturas acima de 236°C, o cabelo sofre perda estrutural das proteínas, em um processo chamado ‘desnaturação’. Acima de 250°C, os danos são irreversíveis.
“O calor desnatura a queratina helicoidal, que é a proteína que confere resistência e elasticidade aos cabelos”, afirmou a pesquisadora.
Todos os tipos de cabelo
Para analisar como as pranchas térmicas atingem o cabelo, Cibele recolheu mechas de cabelos que não passaram por processos químicos em várias regiões do globo e os dividiu em três grupos: caucasiano (de pessoas de origem europeia), oriental (indivíduos do Japão, China e Coreia); e afro (pessoas da África do Sul e Gana). Em seguida, submeteu as mechas a diferentes temperaturas para verificar o resultado.
O cabelo oriental, por ter diâmetro maior, foi o mais resistente às altas temperaturas, enquanto o afro, por ter uma estrutura delicada e apresentar diâmetro do fio irregular, foi o mais sensível – ele perdeu as proteínas cerca de 10°C abaixo das demais mechas, a 223°C.
De acordo com o estudo, o excesso de calor aumenta a porosidade dos fios, danifica a cutícula (parte externa) e, em seguida, o córtex (parte interna). Os prejuízos foram diretamente proporcionais à temperatura e ao tempo de permanência da prancha em contato com os cabelos.
A pesquisadora também analisou mechas que passaram por processos de descoloração e foram submetidas à chapinha e o resultado foi ainda mais drástico: as cutículas se abriram e o cabelo se tornou extremamente quebradiço.
Como proteger
De acordo com a pesquisadora, os protetores térmicos disponíveis no mercado não evitam os danos, mas são capazes de diminuí-los. Produtos do tipo leave-on (que não recomenda enxague após a aplicação) são mais eficazes em cabelos sem química. Já para os cabelos descoloridos, o mais indicado são os protetores à base de silicone, que formam uma película em volta do fio que o protege.
Também é importante calcular o tempo em que os fios ficarão submetidos ao calor, para diminuir os prejuízos aos fios, segundo Cibele.
Pesquisa: maioria dos brasileiros desaprova o trabalho de Lula
Com trajetória errática e efeito-Flávio, direita termina 2025 em busca de um rumo
João Gomes se manifesta após suposto climão em especial de Roberto Carlos
Consumo de queijos com alto teor de gordura pode estar associado a menor risco de demência, sugere pesquisa
Datafolha: o número que tira Lula do conforto e agrada Flávio Bolsonaro







