Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Com desmatamento em alta, poder de resiliência da Amazônia diminui

Estudo mostra que áreas com maior risco de se transformar em savana estão localizadas nas fronteiras ao sul da região

Por Da Redação Atualizado em 5 ago 2022, 19h37 - Publicado em 5 ago 2022, 19h36

Nos sete primeiros meses do ano, a Amazônia perdeu 5.463 quilômetros quadrados de floresta, de acordo com medições do sistema desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Isso representa um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período em 2021. E três vezes maior que o registrado em 2017, quando foram destruídos 1.790 quilômetros quadrados da região. Desde então, esse valor só aumenta.

Considerando o período de agosto de 2021 a julho de 2022, o desmatamento na Amazônia foi de 8.579,3 quilômetros quadrados. No período imediatamente anterior, a área de floresta destruída foi de 8.780 quilômetros quadrados. Apesar de representar uma redução de 2,3%, o desmatamento continua alto em relação aos dois anos anteriores. É o terceiro pior ano desde o lançamento do sistema, em 2015.

Além de garantir as chuvas que regam 90% das lavouras, a Amazônia também abastece os reservatórios de água potável e os que geram eletricidade no Brasil e em outros países da América do Sul. Pressionada pela ação do aquecimento global, está perto do ponto de degradação a partir do qual não haverá mais volta. “Cada hectare desmatado nos coloca mais perto desse cenário e é por isso que não podemos admitir que números como esse se repitam”, disse em nota Edegar de Oliveira, diretor de Conservação e Restauração do WWF-Brasil.

Diante desse cenário, um novo um novo estudo, publicado esta semana na revista científica Proceedings of the National Academy os Sciences, mostra que o desmatamento contínuo para pastagem ou plantio de soja vem enfraquecendo a resiliência da floresta amazônica há anos. Os pesquisadores disseram que as partes com maior risco de se transformar em savana estão localizadas nas fronteiras ao sul da região.

Continua após a publicidade

Os pesquisadores descobriram que, mesmo afetando apenas uma região específica da floresta, o desmatamento e seus danos se estendem além dessa área por um fator de um a três. Ou seja, para cada três árvores que morrem, uma quarta – embora não diretamente afetada – também morrerá. Como a falta de chuva diminui muito o volume de reciclagem de água, também haverá menos precipitações nas regiões vizinhas.

A ciência do clima prevê que esse cenário pode se tornar o novo normal a partir de 2050. “Essas secas recorrentes já estão produzindo mudanças na rede de umidade da Amazônia”, explica Henrique Barbosa, coautor do estudo e professor assistente da Universidade de Maryland, em Baltimore. “Usamos essas observações para entender e modelar as consequências de um clima futuro que se assemelha a um estado de seca permanente”.

No entanto, nem tudo está perdido. Coautora do estudo, Ricarda Winkelmann, do Instituto Potsdam, disse que boa parte da floresta ainda está em condições relativamente estáveis. Os efeitos de seca provavelmente estão limitados a certas áreas no sudeste e sudoeste, que estão sofrendo com o desmatamento para plantio de soja. “E sabemos o que fazer: proteger a floresta tropical da extração de madeira e reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa para limitar ainda mais o aquecimento global”, disse ela.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.