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Cientistas usam DNA para invadir computador

Ao codificar um malware nas bases de um DNA sintético, cientistas conseguiram controlar uma máquina que estava realizando sequenciamento genético

Por Da redação
Atualizado em 11 ago 2017, 21h31 - Publicado em 11 ago 2017, 15h54

Um grupo de engenheiros e programadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, conseguiu invadir um computador utilizando fitas modificadas de DNA, anunciou a instituição em um comunicado divulgado nesta sexta-feira. A história parece ter saído do roteiro de um filme de ficção científica, mas é real – a equipe inseriu um vírus de computador nas bases que formam o código genético e o transmitiu para a máquina.

“Nós projetamos e criamos uma fita de DNA sintética que continha códigos de computador maliciosos codificados nas bases”, escreveu a equipe em um comunicado divulgado pela universidade. A ideia de tentar “hackear” o computador veio de uma análise de um software aberto de sequenciamento de DNA que é comumente usado. Ele processa e analisa os resultados das máquinas de sequenciamento, e apresentou fraquezas no sistema de segurança, deixando em risco as informações contidas nele. “Quando a cadeia foi sequenciada e processada pelo programa vulnerável, ela deu controle remoto do computador que estava fazendo o processamento.” Para os pesquisadores, o resultado ilustra uma necessidade crescente de aprimorar os sistemas de segurança dos programas de sequenciamento utilizados hoje em dia.

Os pesquisadores usaram as quatro bases que compõem o DNA (adenina, citosina, guanina e timina) para codificar seu malware que, quando lido por um equipamento de sequenciamento genético, converte o código molecular em código informático. Assim, o computador ao qual a máquina de sequenciamento está conectada é infectado e pode ser manipulado, permitindo, inclusive, o roubo de dados.

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Ainda assim, os cientistas ressaltam que o hack só foi possível por causa da debilidade do software de sequenciamento utilizado. Segundo eles, não há motivo de preocupação generalizada. “Não existe uma causa atual de alarme sobre as ameaças de hoje. Não temos evidências para acreditar que a segurança do sequenciamento de DNA ou dados de DNA em geral está atualmente sob ataque.”

Pesquisas anteriores já haviam provado que é possível transferir dados usando DNA. Em abril de 2016, a Microsoft e a Universidade de Washington demonstraram uma técnica capaz de armazenar e recuperar imagens digitais usando DNA. O objetivo da pesquisa era transformar o código genético em um meio de armazenamento viável para informações digitais, usando suas propriedades únicas para guardar muitas informações em pequenas quantidades de líquido.

“É hora de melhorar o estado da segurança do DNA”, disseram os pesquisadores. “Mais uma vez, enfatizamos que não há motivo para que as pessoas estejam alarmadas no momento, mas também incentivamos a comunidade responsável pelo sequenciamento de DNA a abordar de forma proativa os riscos de segurança do computador, antes que qualquer adversário se manifeste.”

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