Cientistas portugueses e brasileiros descreveram uma nova espécie de réptil alado do período Jurássico, que teria vivido há cerca de 150 milhões de anos, na Península Ibérica. O estudo, conduzido pela paleontóloga Alexandra Fernandes, da Universidade Ludwig Maximilian de Munique e do Museu de Lourinhã, com participação do professor Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, foi publicado nesta segunda-feira, 18, na revista Peer J.
O animal descrito é o primeiro pterossauro encontrado em Portugal. Os restos, uma tribuna dentada incompleta e partes de vértebras cervicais, foram descobertos na Praia do Caniçal, no centro-oeste do país. Batizado como Lusognathus almadrava, pertence ao grupo dos Gnathosaurinae, que são répteis voadores com muitos dentes finos e longos, sugerindo que deveria ter se alimentado de peixes.
Répteis alados do Jurássico são relativamente raros no mundo, com exceção de Solnhofen, no sul da Alemanha. “Esta foi a primeira vez que se conseguiu um exemplar de pterossauro de Portugal onde foi possível caracterizar uma nova espécie”, disse a VEJA o professor Kellner, recentemente eleito para a Academia de Ciências de Lisboa.