
Em dias quentes, as operárias buscam água em vez de pólen. A habilidade de "surfar" as ajuda a não se afogar durante essa procura (Myriam Zilles/Pixabay)
Um estudo divulgado ontem (18) revelou que, para escapar da água, abelhas criam pequenas ondas e surfam até conseguirem se desvencilhar e retomar o voo. A pesquisa foi publicada no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Quando uma abelha pousa na água, esta gruda em suas asas, impedindo-a de voar. No entanto, o inseto consegue usar essa aderência à água para “remar” nessa superfície, gerando pequenas ondas que a movimentam para frente. Assim, ela é capaz de se locomover — ou “surfar” — até algum lugar seco.
Durante o estudo, os cientistas do California Institute of Technology colocaram 33 insetos na água, individualmente, por alguns minutos, para testar a teoria. Ao analisar as filmagens gravadas, os pesquisadores perceberam que o movimento realizado pelas abelhas é semelhante àquele de um ser humano nadando na modalidade crawl: primeiro, as asas se curvam para baixo, gerando arranque; depois, viram para cima, impulsionando.
Apesar de exigir muito esforço, o movimento não é forte o suficiente para que o inseto consiga se libertar diretamente da superfície molhada. No entanto, basta para levá-lo até a beirada da poça, lago ou piscina, onde a abelha consegue se arrastar até um lugar seco, e voar.
De acordo com os cientistas, esse surfe é bem mais cansativo para o inseto do que voar. A estimativa é de que as abelhas consigam gerar ondas na água por no máximo 10 minutos, sem pausas.
Como nunca foi documentado em outros insetos, pode ser que o movimento seja uma adaptação única da espécie, afirmam os pesquisadores. Em dias quentes, colmeias requerem água para se resfriarem, e as abelhas operárias saem para buscar líquidos em vez de pólen. A adaptação, então, seria uma forma (obtida ao acaso e ao longo de milhares de anos) de permitir que esses animais não morram afogados durante suas recorrentes buscas por água.
Parece pesquisadores brasileiros. sempre descobrem uma coisa importante que não serve pra nada.
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