Em um estudo inédito, pesquisadores suíços e israelenses se uniram para criar um método de armazenar quantidades enormes de informação em praticamente qualquer objeto. Para isso, os cientistas resolveram usar o maior armazém de dados da natureza: o DNA. O trabalho foi publicado ontem (9), na revista científica Nature Biotechnology.
O método se baseia em guardar informações em material genético e depois implantá-lo em itens inanimados, impressos em 3D. Assim, as instruções requeridas para a reprodução estariam presentes no próprio objeto.
A técnica só pôde ser desenvolvida recentemente por causa de inovações tecnológicas alcançadas nos últimos anos. Uma delas é o método que permite colocar o DNA em pequenas esferas de vidro, que então são implantadas no item em questão. Outro exemplo é a recém-conquistada capacidade de armazenar quantidades gigantescas de dados no material genético — teoricamente, é possível guardar 215 mil terabytes em um grama de DNA (o equivalente a mais de 14 bilhões de CDs inteiros). Ambas as técnicas foram desenvolvidas pelos pesquisadores do estudo.
Para testar os métodos, os cientistas imprimiram um coelho plástico com ajuda de uma impressora 3D. Nele, colocaram esferas de vidro em meio ao plástico e que continham, juntas, aproximadamente 100 kilobytes de dados. Dessa forma, assim como um coelho de verdade, o impresso pelos pesquisadores contém em seu corpo as informações necessárias para se reproduzir. De acordo com os pesquisadores, uma possível aplicação prática da bem-sucedida técnica seria, como exemplo, instalar filmes dentro da armação de óculos por meio do método, e levá-lo para um avião, onde o longa poderia ser assistido.