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Cidades poluídas têm maior índice de óbitos por Covid-19, mostra estudo

Pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, realizaram a primeira pesquisa nacional para avaliar impactos da poluição do ar

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 abr 2020, 17h30

Um mês após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar a pandemia de coronavírus, no dia 11 de março, a Covid-19 causou mais de 118.459 mortes no mundo. Idosos e portadores de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e asma, são os mais vulneráveis a desenvolverem complicações da doença, mas há outros indicadores que podem influenciar no agravamento do quadro de saúde. Nos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade Harvard analisaram dados sobre 3.080 condados, que representam 98% da população, e descobriram que os locais com índices mais altos de poluição, medida pela presença de material particulado fino, o PM 2.5, foram associados a um número maior de mortes pela Covid-19. 

O PM 2.5 é formado por partículas muito finas de sólidos ou líquidos suspensos no ar. As maiores fontes de poluição que geram tais partículas são a queima de combustíveis fósseis, como em veículos e nas indústrias. O estudo de Harvard foi a primeira pesquisa nacional a avaliar a relação entre a morte por Covid-19 e outras doenças associadas à exposição durante longos períodos ao material particulado.

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A pesquisa apontou que se Manhattan, em Nova York, tivesse diminuído a poluição ao longo dos últimos 20 anos, a região teria 248 mortes a menos por coronavírus — no geral, um morador de um condado com índices altos de PM 2.5 tem 15% a mais de chance de falecer por coronavírus do que um habitante de um local menos poluído. As informações são importantes para que os gestores de saúde pública decidam como distribuir recursos, a exemplo de ventiladores e respiradores, conforme a pandemia se espalha pelo país. De acordo com os autores do estudo, “os resultados mostram a importância de continuar a praticar as regulações existentes sobre poluição do ar para proteger a saúde humana durante e após a crise da Covid-19”.

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Nos Estados Unidos, a estimativa é que o coronavírus cause entre 100.000 e 240.000 mortes. No país, 23.068 óbitos foram confirmados. Segundo os pesquisadores de Harvard, a maior parte das condições pré-existentes que aumentam o risco de morte por Covid-19 são as mesmas identificadas em pessoas expostas à poluição do ar por longos períodos.  

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