A China quer assumir um papel de liderança na corrida espacial, à frente de Estados Unidos e Rússia. Por isso, no fim do ano passado, o país anunciou, por meio da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (Casc), que concluirá a construção de sua estação espacial em 2022. Para isso, promoverá mais de 40 lançamentos ao longo do ano, incluindo vários voos tripulados.
A agência espacial chinesa planeja lançar este ano duas missões tripuladas Shenzhou, duas espaçonaves de carga Tianzhou e os dois módulos adicionais da estação Tiangong. Chamados de Mengtian e Wentian, os módulos científicos irão se juntar ao módulo principal Tianhe, que atualmente abriga uma equipe de três pessoas. Outras missões incluem encontro orbital e atracação, atividades extraveiculares e retorno de espaçonave.
O programa espacial da China está aumentando a cadência de suas missões na mesma medida em que busca seu papel de líder na exploração espacial. Atualmente, a bordo da Tianhe está a missão Shenzhou-13, que deve durar seis meses e é a mais longa da China desde que o país colocou um ser humano no espaço em 2003. Até agora, a tripulação conduziu caminhadas espaciais – incluindo a primeira por uma astronauta chinesa – e realizou nesta quinta-feira, 6, testes com o braço de serviço robótico.
Os três astronautas – ou taikonautas, no jargão espacial – são a segunda tripulação a ocupar a estação, que após a conclusão pesará cerca de 66 toneladas, cerca de um quarto do tamanho da Estação Espacial Internacional (ISS), que lançou seu primeiro módulo em 1998 e pesa cerca de 450 toneladas. O programa espacial militar chinês foi barrado na ISS em razão de objeções dos EUA.
A China também obteve sucesso com missões sem tripulação, e seu programa de exploração lunar causou sensação no ano passado, quando o Yutu 2 enviou fotos do que foi descrito por alguns como uma “cabana misteriosa”, mas provavelmente era apenas um tipo de rocha. O rover é o primeiro a ser colocado do lado escuro da Lua. Em dezembro de 2000, a sonda chinesa Chang’e 5 colheu rochas lunares e as trouxe para a Terra pela primeira vez desde a década de 1970. Outro rover chinês está em busca de evidências de vida em Marte.