Daqui a poucas semanas, uma nave chinesa viajará à Lua com o objetivo de coletar rochas lunares pela primeira vez em quatro décadas. A missão, chamada Chang’e-5, vem como sequência do empreendimento conhecido como Chang’e-4, que garantiu o pouso de uma nave no lado escuro da Lua em 2019.
A meta do novo projeto é trazer à Terra amostras de poeira e detritos lunares de uma região até agora pouco explorada do nosso satélite natural. Depois de pousar, a nave perfurará o solo lunar até uma profundidade de dois metros, permitindo que um braço robótico colete cerca de dois quilogramas de material. A última vez em que uma missão do tipo foi conduzida foi durante a Guerra Fria.
Ainda assim, como sempre, há diversos desafios que podem apresentar empecilhos ao empreendimento chinês. Além dos riscos da nave colidir com a Lua, existem chances de que o compartimento onde as rochas ficarão armazenadas abra durante a viagem, expelindo o material coletado.
Caso seja bem-sucedida, a missão pode ajudar os cientistas a entenderem melhor o funcionamento da atividade vulcânica lunar. Por enquanto, as amostras obtidas há décadas sugerem que esse tipo de atividade atingiu seu pico na Lua há 3,5 bilhões de anos, eventualmente cessando.
Contudo, observações mais recentes sugerem que pode ter ocorrido a formação de lava vulcânica há “apenas” 1 ou 2 bilhões de anos. Se os chineses conseguirem colocar um ponto final na questão por meio da análise dos fragmentos, existe a possibilidade de que a história da Lua como a conhecemos seja revisada.