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Cassini se desintegra em Saturno, encerrando missão de treze anos

A sonda realizou importantes descobertas, incluindo a de que há condições para abrigar vida fora da Terra em duas luas do gigante gasoso

Por Da redação
Atualizado em 15 set 2017, 18h29 - Publicado em 15 set 2017, 15h19

A sonda Cassini, da Nasa, concluiu nesta sexta-feira sua histórica missão para explorar Saturno, suas luas e seus anéis. A nave desintegrou-se ao mergulhar na atmosfera do gigante gasoso, pondo fim a uma aventura de treze anos que revolucionou o conhecimento sobre o planeta e transformou a maneira que os cientistas veem o sistema solar.

“Este é o capítulo final de uma missão incrível, mas também é um novo começo”, disse em comunicado Thomas Zurbuchen, membro da direção de missões científicas da Nasa. “A descoberta feita por Cassini de oceanos nas luas Titã e Enceladus mudam tudo, chacoalhando completamente nossa visão de lugares surpreendentes para buscar uma potencial vida fora da Terra.” Graças às descobertas de Cassini, os cientistas apostam nas duas luas de Saturno como dois dos corpos celestes mais promissores para abrigar vida.

Fruto de um projeto internacional que custou 3,9 bilhões de dólares (12 bilhões de reais) e reuniu cientistas de 27 nações, Cassini atravessou a atmosfera de Saturno a uma velocidade de 120.700 quilômetros por hora. “O sinal da sonda desapareceu”, afirmou Earl Maize, chefe da missão Cassini, em uma transmissão ao vivo feita pela agência espacial. Este “grand finale” foi planejado porque Cassini estava ficando sem combustível e os cientistas precisavam dar um jeito de eliminá-la sem provocar danos às luas do planeta. A solução, então, foi fazer com que ela adentrasse o gigante de gás, enviando dados valiosos sobre a composição de Saturno até o último segundo.

O último sinal enviado pela sonda foi captado pelo centro de controle do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, às 8h55 (no horário de Brasília) – 83 minutos depois de sua emissão, tempo que levaram as ondas de rádio para percorrer a distância entre Saturno e a Terra.

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“Espero que estejam muito orgulhosos desse êxito extraordinário. Esta foi uma missão incrível, uma nave incrível e vocês, uma equipe incrível”, acrescentou Maize, dirigindo-se aos colegas, que responderam com aplausos.

A missão

Cassini, uma sonda de 2,5 toneladas, foi lançada ao espaço em 1997 e começou a explorar Saturno, seus anéis e suas luas em 2004. Em 22 de abril de 2017, a sonda iniciou a primeira de 22 manobras entre os anéis do gigante gasoso, que terminaram no mergulho desta sexta-feira.

Outras três naves espaciais voaram junto a Saturno. A primeira foi Pioneer 11, em 1979, seguida por Voyager 1 e 2, nos anos 80. Mas nenhuma estudou Saturno tão detalhadamente quanto Cassini, que leva o nome do astrônomo franco-italiano Giovanni Domenico Cassini, responsável por descobrir, ainda no século XVII, que o planeta possuía várias luas e uma brecha entre seus anéis.

Entre as principais descobertas de Cassini, além da existência de oceanos nas luas Enceladus e Titã, destacam-se a revelação de mais seis luas, até então desconhecidas, ao redor de Saturno, estruturas tridimensionais sobre os anéis do gigante gasoso e uma gigantesca tempestade que se estendeu por todo o planeta durante quase um ano.

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Próximos passos

Em 2005, Cassini lançou até Titã uma sonda chamada Huygens, marcando a primeira e única aterrissagem de um veículo explorador em um corpo celeste do sistema solar além do cinturão de asteroides. A lua, atualmente, é um dos locais mais promissores para abrigar vida fora da Terra – o que torna Huygens um importante instrumento de pesquisa e um dos mais importantes legados da missão de Cassini. Para os cientistas, mesmo com o fim da jornada da sonda, novas descobertas sobre a lua de Saturno estão por vir.

Confira algumas das imagens mais incríveis enviadas por Cassini:

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