Brian May, sim, aquele ex-guitarrista do Queen, também é um astrofísico apaixonado e um defensor dos direitos dos animais. Após abandonar inicialmente seu PhD em astrofísica para seguir a carreira musical, May retornou para concluir seu doutorado em 2007. Desde então, ele tem dedicado esforços para abordar a questão da tuberculose bovina (TB) no Reino Unido, o que levou ao abate de aproximadamente 230.000 texugos desde 2013, em uma tentativa de controlar a doença. O governo gasta mais de 100 milhões de libras anualmente devido à patologia, o que também resulta no abate de mais de 20.000 vacas a cada ano.
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Com os cientistas Anne Brummer, Robert Reid e Dick Sibley, May conduziu uma extensa pesquisa sobre a disseminação da tuberculose bovina, e desafiou a crença generalizada de que os texugos são os principais responsáveis por esse movimento. Suas descobertas sugerem que a doença é mais provavelmente transmitida entre vacas por meio de ração contaminada. Além disso, eles descobriram que o teste cutâneo comumente usado para detectar TB em gado tem apenas cerca de 50% de precisão, frequentemente resultando em falsos negativos e contribuindo para a disseminação indiscriminada da patologia.
Defensor dos direitos dos animais
May tem se tornado cada vez mais vocal sobre sua oposição ao abate de texugos, defendendo soluções mais eficazes e humanas, como estratégias aprimoradas de testes e vacinação. Em entrevista à revista Nature, ele enfatizou a importância de aplicar métodos científicos a questões de bem-estar animal e critica o processo de revisão por pares, alertando que o processo pode acabar sendo tendencioso se os revisores compartilharem os mesmos preconceitos.
Junto com seu ativismo, May continua seu trabalho em astrofísica, contribuindo para projetos com a Nasa, a Agência Espacial Europeia e a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial, usando sua experiência em estereoscopia 3D para aprimorar a exploração de corpos celestes distantes.