Em um artigo publicado no periódico científico Aquatic Mammals, cientistas constataram um aumento significativo na resistência de golfinhos a certos antibióticos, em um padrão parecido com a tendência observada em seres humanos. O estudo foi feito com base em amostras retiradas de animais da Flórida (EUA) e coletadas entre 2003 e 2015.
A região onde vivem os golfinhos analisados é densamente povoada por pessoas, o que tem causado grandes problemas ambientais e pode ter ocasionado o surto de bactérias no ambiente marinho. Alguns exemplos são o despejo de rejeitos em água potável e a instalação de fossas sépticas inadequadas que contaminam o lençol freático.
Entre as 733 amostras analisadas, pertencentes a mais de 170 animais, 88% continha uma bactéria resistente a pelo menos um tipo de antibiótico. A resistência a medicamentos para DSTs e outras infecções foi a encontrada com maior frequência.
Os resultados encontrados pela pesquisa podem representar um problema de saúde pública, de acordo com os autores. A proliferação de organismos resistentes a medicamentos culmina em um menor sucesso no tratamento das doenças por eles causadas. Só nos Estados Unidos, pelo menos 2 milhões de pessoas são infectadas anualmente por bactérias resistentes a certos remédios, ocasionando 23 mil mortes.