As oito melhores esculturas que reúnem arte e ciência
Unindo as mais avançadas técnicas científicas, artistas contemporâneos criam peças que impressionam os sentidos e desafiam os limites entre arte e ciência
Por Da Redação
Atualizado em 5 jun 2024, 05h33 - Publicado em 22 abr 2015, 13h41
A escultora Nathalie Miebach transforma dados científicos de campos como astronomia, ecologia e meteorologia em esculturas de tecido (Nathalie Miebach/Divulgação)
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Pelo menos desde que o italiano Leonardo da Vinci (1415-1519) extraiu da natureza seus padrões e fórmulas e empregou esses cálculos em suas obras, matemática, geometria e dados científicos fazem parte da arte. Essa fusão, contudo, se ampliou na escultura contemporânea, com artistas que usam a mais avançada tecnologia para criar peças que desafiam os sentidos e borram os limites entre arte e ciência. Junto ao conhecimento tradicional, esses inventores empregam algoritmos, modelos de computador, estudos de genética, impressoras 3D e várias outras técnicas para produzir criações como o “florescer” de peças artificiais ou a réplica da orelha que Van Gogh decepou.
Essa pode ser considerada uma das orelhas mais famosas do mundo da arte. Aquela que o pintor holandês Van Gogh decepou e retratou em ‘Autorretrato com a orelha cortada’, de 1889. Para fazer o que chama de “réplica viva”, a artista alemã Diemut Strebe foi atrás do DNA das células do tataraneto do irmão de Van Gogh e, com a ajuda de cientistas como o médico Charles Vacanti (aquele que, em 1997, foi o responsável por implantar nas costas de um rato uma orelha humana criada a partir de células vivas), fez crescer em um biorreator a cartilagem do que seria a orelha do pintor. O resultado é a obra Sugababe, que foi exposta em 2014 na Alemanha. A artista ainda implantou um sistema de som na orelha que levava o som da voz do público até a peça, simulando os impulsos nervosos no nervo auditivo, como se ela estivesse realmente “ouvindo” o que se passa a seu redor.
Essa é uma escultura que pretende mostrar como os cientistas organizam o caos da natureza e extraem conclusões. Olhando pela perspectiva correta, as 804 de bolas de madeira, que correspondem às informações científicas e estão em constante movimento, fazem sentido e formam belas figuras. Criada pelo escritório de design Hypersonic, a obra fica exposta no escritório do laboratório Biogen, em Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unidos .
Feita pelos matemáticos americanos Henry Segerman e Saul Schleimer, essas esculturas transformam em arte as projeções estereográficas, um cálculo empregado por quem faz mapas para desenhar linhas esféricas em planos (como em alguns mapas-múndi). Com o auxílio da luz, o círculo feito em impressora 3D se transforma em uma perfeita projeção plana. Elas podem ser compradas por 18 dólares no site Shapeways.
O inventor, designer e artista americano John Edmark gosta de empregar geometria e fórmulas matemáticas para criar suas “esculturas cinéticas”. Com a ajuda de uma impressora 3D, Edmark, que também é professor de design na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, criou esculturas que parecem se abrir como se fossem verdadeiras flores sob um feixe de luz estroboscópica. Usando a proporção áurea, n��mero que está presente em estruturas naturais como a distribuição das pétalas de flores ou sementes de uma pinha, o artista sincronizou o ângulo de movimentação da escultura, sua rotação e a velocidade com que a fonte de luz pisca. A união de todos esses fatores matemáticos cria um efeito especial que dá a ilusão de que as esculturas estão naturalmente “florescendo”.
O objetivo do engenheiro e escultor britânico Jonty Hurwitz é trazer a ciência para a arte. Usando regras matemáticas e algoritmos desenvolvidos por computador, criou uma figura semicircular de acrílico, resina e aço que, colocada frente a um espelho cilíndrico, reflete um sapo que parece natural. O objetivo do artista é chamar a atenção para a morte global dos anfíbios, causada pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis.Hurwitz é também o criador do que seria a “menor escultura do mundo”, uma estátua microscópica que poderia ser colocada sobre um fio de cabelo.
As esculturas feitas pela americana Nathalie Miebach transformam dados astronômicos, meteorológicos e ecológicos em painéis e instalações. Sua meta é apresentar as informações não em gráficos e tabelas, mas em belas imagens que possam causar impacto no público. Essa peça, chamada Changing Waters (Aguas em Transformação, em português), mostra as interações meteorológicas e oceânicas do Golfo do Maine, nos Estados Unidos.
Criada com algoritmos e modelos de computador, essas 3 600 telas de LCD usam imagens e sons para reproduzir padrões naturais como gotas de chuva, colônias de bactérias ou buracos negros. Produzida com a colaboração de quatro estúdios artísticos e de design, está permanentemente no Centro de Pesquisas Naturais de Raleigh, nos Estados Unidos.
A britânica Rebecca Louise Law expõe o movimento da natureza por meio de milhares de flores que secam e morrem. Essa instalação, com 16 000 flores foi exposta em prédios, museus e parques na Inglaterra e Estados Unidos.
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