Arqueólogos descobrem templo asteca no centro da Cidade do México
Junto à estrutura erguida entre 1486 e 1502, foi encontrada também uma importante quadra de jogos usada para rituais e uma oferenda de 32 vértebras humanas
Os restos de um importante templo asteca e de uma quadra de jogos ritualísticos foram descobertos no centro da Cidade do México, lançando nova luz sobre os espaços sagrados da metrópole que os conquistadores espanhóis dominaram cinco séculos atrás, afirmaram arqueólogos nesta quarta-feira.
As descobertas foram feitas em uma rua lateral logo atrás da catedral dos tempos coloniais, próxima da praça Zócalo (ou Praça da Constituição), a principal do México, no local ocupado por um hotel dos anos 1950. As escavações subterrâneas revelam uma seção do que foi a fundação de um templo de formato circular dedicado ao deus do vento asteca Ehecatl, e uma parte menor de uma quadra de jogos ritualísticos, confirmando relatos dos primeiros cronistas espanhóis que visitarem a capital imperial asteca, Tenochtitlán.
“Devido a achados com este, podemos mostrar locais exatos, o posicionamento e as dimensões de cada uma das estruturas descritas primeiramente nas crônicas”, disse Diego Prieto, diretor do Instituto Nacional de Antropologia e História, órgão responsável pelos achados.
Os arqueólogos também detalharam uma espetacular oferenda de 32 vértebras de homens descobertas em uma pilha próxima da quadra. “Era uma oferenda associada ao jogo de bola, na parte externa, bem perto da escadaria, e se trata de 32 conjuntos de pescoços, que foram com certeza sacrificados ou decapitados”, afirmou o arqueólogo Raúl Barrera.
Império asteca
Parte do reboco branco original continua visível em partes do templo, erguido entre 1486 e 1502, durante o reinado do imperador asteca Ahuizotl, antecessor de Montezuma, que o conquistador Hernán Cortés depôs durante a conquista espanhola do México.
Os primeiros relatos espanhóis dizem como Montezuma, sendo jovem, jogou contra um velho rei aliado na quadra e perdeu, o que foi tomado como um sinal de que os dias do Império Asteca estavam contados.
(Com Reuters)