Um estudo publicado nesta terça-feira, 17, na revista científica Nature Communications revelou a descoberta do DNA de um ser humano do sexo feminino que teria vivido há quase 6.000 anos na Escandinávia. Uma reconstrução dessa nossa ancestral foi elaborada a partir de marcas de dente deixadas por ela em um tipo de “chiclete” antigo.
É a primeira vez em que o genoma completo de um ser humano antigo é extraído de uma amostra que não um fragmento de osso. De acordo com os pesquisadores, todos trabalhando na Dinamarca (onde o “chiclete” foi encontrado), ela teria tido pele e cabelos escuros e olhos azuis.
A goma de mascar da qual os cientistas extraíram o material genético era composta de alcatrão. Há 6.000 anos, afirmam os estudiosos, os nossos ancestrais esquentavam pedaços de casca de algumas árvores para colar ferramentas de pedra ou até mesmo para servir como alívio para dor de dente, quando mastigados.
Vivia-se, então, na Idade da Pedra, quando os homens se baseavam em pedras para fazer armas, além das mais variadas ferramentas. Animais como mamutes, ursos-das-cavernas e rinocerontes-lanudos andavam pela Terra.
A hipótese é a de que a mulher cujo genoma foi analisado pertencia a um grupo de sedentários que rumavam à porção ocidental da Europa, conforme as geleiras derretiam. A ancestral humana recebeu o apelido de Lola.
Seu genoma foi reconstituído com a ajuda de micróbios que ficaram presos na goma. Nela, cientistas encontraram alguns patógenos, como os responsáveis por pneumonia e mononucleose, que estão naturalmente presentes na boca humana, mas não chegam a causar doenças. Assim, a descoberta de Lola, além de oferecer uma brecha para o passado humano, nos permite vislumbrar a evolução de bactérias e vírus ao longo dos anos.