A verdade sobre as 10 pragas do Egito
Não há uma única explicação que comprove as dez pragas retratadas pela novela Os Dez Mandamentos, da Record. Contudo, uma série de pesquisas científicas sugere que elas não só atormentaram os egípcios da Antiguidade como podem oferecer pistas poderosas para preservar nosso bem mais precioso: a água


Cena do trailer de Os Dez Mandamentos -- O Filme
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Moisés (Guilherme Winter) fala com Deus no último capítulo de Os Dez Mandamentos
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Arão (Petrônio Gontijo) e Moisés (Guilherme Winter) em Os Dez Mandamentos
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Moisés (Guilherme Winter) canta após abertura do Mar Vermelho em Os Dez Mandamentos
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Ramsés (Sergio Marone) pensa sobre a ideia de Nefertari (Camila Rodrigues) de matar Moisés (Guilherme Winter)
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Xuxa é tietada nos bastidores de Os Dez Mandamentos
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Ramsés (Sergio Marone) e Nefertari (Camila Rodrigues) choram a morte do filho Amenhotep (José Victor Pires) em Os Dez Mandamentos
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Moisés (Guilherme Winter) chega à vila dos hebreus para dividir os cordeiros que eles usarão para se proteger da décima praga
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Cena da novela Os Dez Mandamentos, da Record, em que Ramsés (Sérgio Marone) dá um tapa em Nefertari (Camila Rodrigues)
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Ramsés (Sergio Marone) e o filho Amenhotep (José Victor Pires) em Os Dez Mandamentos
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Nefertari (Camila Rodrigues) vai até a vila dos hebreus conversar com Moisés (Guilherme Winter) sobre a décima praga
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Ramsés (Sergio Marone) diante da oitava praga do Egito
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Ramsés (Sergio Marone) tenta proteger Nefertari (Camila Rodrigues) e Amenhotep (José Victor Pires) da nuvem de gafanhotos
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Moisés (Guilherme Winter) invoca a sétima praga em Os Dez Mandamentos
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Moisés (Guilherme Winter) invoca a sétima praga em Os Dez Mandamentos
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Ramsés (Sergio Marone) vê a tempestade chegar em Os Dez Mandamentos
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Extintor de incêndio aparece em cena de ‘Os Dez Mandamentos’
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Moisés (Guilherme Winter) entrega o corpo de Henutmire (Vera Zimmermann) a Ramsés (Sergio Marone)
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Os protagonistas de cada trama, Romero Rômulo (Alexandre Nero), de A Regra do Jogo, e Moisés (Guilherme Winter), de Os Dez Mandamentos
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Elenco de Os Dez Mandamentos mostra os efeitos da sexta praga do Egito
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A princesa Henutmire (Vera Zimmermann) foi uma das atingidas pela sexta praga
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Babi Xavier, intérprete de Taís, também mostrou as perebas causadas pela sexta praga do Egito
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Kiko Pissolato mostra as úlceras no rosto
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Luciano Szafir também entrou na onda
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Nefertari (Camila Rodrigues) é surpreendida ao se ver coberta de sangue
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Faraó Ramsés II (Sérgio Marone) besunta servo de doce para ficar livre das moscas, na quarta praga do Egito, em Os Dez Mandamentos
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Nefertari (Camila Rodrigues) e Karoma (Roberta Santiago) se coçam por causa da infestação de piolhos
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Rãs brotam do Nilo na segunda praga do Egito, mostrada em Os Dez Mandamentos
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Rãs brotam do Nilo na segunda praga do Egito, mostrada em Os Dez Mandamentos
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O ator Renato Livera contracena com rã durante as pragas do Egito, em Os Dez Mandamentos
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Rãs invadem as casas e obrigam os moradores a viver com sua presença como parte da segunda praga do Egito
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Arão (Petrônio Gontijo) e Moisés (Guilherme Winter) se surpreendem com a invasão das rãs, a segunda praga
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As rãs invadem o Egito como parte da segunda praga
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Sérgio Marone é Ramsés II em Os Dez Mandamentos, novela bíblica da Record
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Ramsés (Sergio Marone) fica chocado ao ver que as águas do Nilo se transformaram em sangue em Os Dez Mandamentos
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Egípcios veem as águas do Nilo se transformarem em sangue em Os Dez Mandamentos
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Arão (Petrônio Gontijo) toca as águas do rio Nilo e elas se transformam em sangue
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Moisés (Guilherme Winter) passa mal e é socorrido pela mulher, Zípora (Giselle Itié), que acredita precisar circuncidar o filho mais novo para salvar o marido
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Ramsés II (Sérgio Marone) é coroado em cena de Os Dez Mandamentos
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Cena da novela bíblica Os Dez Mandamentos, da Record
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Cena da novela bíblica Os Dez Mandamentos, da Record
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O ator Guilherme Winter como Moisés na novela Os Dez Mandamentos
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Daniel Aguiar vive Disebek em Os Dez Mandamentos
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Moisés (Guilherme Winter) avista a sarça em chamas enquanto conversa com Deus
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A nova novela "Os Dez Mandamentos" da rede Record
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Chiquititas e Dez Mandamentos
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Cena da novela Os Dez Mandamentos, da Record
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O ex-global Sergio Marone é Ramsés II em Os Dez Mandamentos, da Record
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Cena da novela Os Dez Mandamentos, da Record
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Cena da novela Os Dez Mandamentos, da Record
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A nova novela "Os Dez Mandamentos" da rede Record
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Em Os Dez Mandamentos, Moisés (Guilherme Winter) foi criado como irmão do futuro Ramsés II (Sergio Marone)
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Kiko Pissolato como o oficial Bakenmut, em Os Dez Mandamentos, novela bíblica da Record
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Em Os Dez Mandamentos, Moisés (Guilherme Winter) disputou a mesma mulher com Ramsés (Sergio Marone), de quem foi criado como irmão
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A nova novela "Os Dez Mandamentos" da rede Record
(VEJA.com/Divulgação/Divulgação)“Tu falarás tudo que eu te mandar; e Arão, teu irmão, falará ao Faraó que deixe ir os filhos de Israel da sua terra. Eu, porém, endurecerei o coração do Faraó, e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas. O Faraó, portanto, não vos ouvirá.” Foi assim, de acordo com o relato bíblico do Êxodo, que começaram as dez pragas que atormentaram os egípcios na Antiguidade e estão sendo retratadas pela nova Os Dez Mandamentos, da Record. O faraó, Ramsés II (que de acordo com relatos históricos reinou entre 1270 a.C. e 1213 a.C.), não permitiu que os hebreus partissem de suas terras, o que levou a uma série de maldições. A primeira foi a transformação da água do rio Nilo em sangue, seguida por invasões de rãs, piolhos, moscas, morte do gado, chagas, chuva de pedras, nuvens de gafanhotos, trevas e morte dos primogênitos. Ao fim de tantas tragédias, Ramsés II, finalmente, concordou com a saída dos hebreus do Egito.
Não há uma única explicação científica que comprove as dez pragas relatadas na Bíblia. No entanto, diversas pesquisas desenvolvidas nas últimas décadas por físicos, meteorologistas, biólogos e geólogos sugerem que a sequência trágica realmente existiu e teve graves consequências para a população da época. Há duas correntes principais seguidas pelos pesquisadores e ambas colocam as maldições como um encadeamento de eventos naturais – uma praga levando à seguinte.
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Uma delas, defendida pelo físico britânico Colin Humphreys, professor da Universidade de Cambridge, no livro Milagres do Êxodo, de 2003, é de que uma grande seca foi a responsável pela alteração da água do rio Nilo e causou a série de eventos. A outra, desenvolvida por cientistas como o biólogo canadense Siro Trevisanato, que escreveu o livro As pragas do Egito, em 2005, explica que uma gigantesca erupção no vulcão Thera, que fazia parte das ilhas Santorini, atualmente parte da Grécia, causou as maldições em sequência há cerca de 3.500 anos.
O rio Nilo – Para as duas vertentes, alterações ambientais mexeram com um elemento fundamental para a sobrevivência do Egito: as águas do Nilo. Localizado no meio do deserto, o rio permite a sobrevivência humana tornando as terras em suas margens cultiváveis. Alterações nas águas provocariam grandes catástrofes para o país, como as pragas relatadas pela Bíblia.
“As maldições da Antiguidade foram causadas por muitos fatores. Entre eles estão o aquecimento climático e a seca, que levaram a uma queda nos níveis da água e aumento de sua temperatura. Além disso, houve um aumento de nutrientes no rio causados pelo aumento da população ao seu redor. Somados, esses elementos levaram a mudanças ambientais que foram vistas à época como pragas”, afirmou ao site de VEJA o biólogo Stephan Pflugmacher, professor da Universidade Técnica de Berlim, na Alemanha.
O biólogo estuda a ação de algas e toxinas que podem causar profundas alterações em cursos aquáticos naturais. Para ele, a água “sanguínea” do Nilo pode ser explicada por uma proliferação de micro-organismos que tingiram o rio e tornaram a água imprópria para o uso.
“Os egípcios estavam absolutamente corretos ao perceber que a água do ‘Nilo vermelho’ não podia ser utilizada. Mas hoje sabemos que ela não era sangue, mas o efeito de algas microscópicas e cianobactérias. Esse micro-organismos se desenvolvem massivamente quando a água é rica em nutrientes e a deixa vermelha”, diz Pflugmacher.
A força da água – Para os pesquisadores, decifrar as pragas do Egito é importante porque elas oferecem pistas-chave para evitar desequilíbrios ambientais semelhantes no futuro. “As razões científicas têm muita relevância, pois fazem mitos e histórias como esses serem aceitos e, principalmente, explicam com clareza como aconteceram e como podem ser prevenidos”, afirmou ao site de VEJA o biólogo Werner Kloas, pesquisador do Instituto Leibniz, na Alemanha.
Além disso, como sequência de maldições que atormentou a população da época foi desencadeada por alterações no bem mais precioso para a vida dos seres vivos – a água – entender como ela se originou traz conhecimentos essenciais para sua preservação. Segundo os pesquisadores, essas análises são úteis para o momento atual de crescente escassez do líquido.
“Por falta de explicações, vários eventos que ocorreram no passado se tornaram mitos. No entanto, a ciência de hoje tem muitas ferramentas e uma visão mais abrangente desses fenômenos, e pode decifrá-los com uma relativa tranquilidade. Explicações nas áreas da ecologia, toxicologia e biologia são fundamentais para evitar que novas ‘pragas’ nos atinjam. Como se sabe, o recurso mais importante para a vida é a água, sem o qual tudo no planeta morre. Precisamos saber tudo o que for possível, já que somos tão dependentes dela”, diz Pflugmacher.
Conheça as versão religiosa e a possível explicação científica para as maldições que atingiram o Egito na Antiguidade:









