Após onze anos investigando Marte, os cientistas responsáveis pela missão Mars Reconnaissance Orbiter (MRO, na sigla em inglês), esperavam ter visto tudo o que podiam sobre o planeta. No entanto, uma foto feita pela sonda e divulgada pela Nasa na última semana tem intrigado os astrônomos, que não conseguem determinar a origem de uma das crateras capturadas nas imagens.
A câmera HiRISE (sigla em inglês para High Resolution Imaging Science Experiment) registrou o hemisfério Sul de Marte, no que seria o “verão” do planeta, quando o Sol está mais baixo no céu acentuando detalhes da topografia. É possível observar uma série de crateras no que resta da camada de gelo formado por dióxido de carbono da superfície – a região também é conhecida pelos cientistas como “queijo suíço”, por apresentar muitos buracos. Contudo, há uma formação circular mais profunda, que ultrapassa o gelo e a poeira da superfície, de origem ainda indeterminada. A câmera capta imagens em alta resolução, que permite aos cientistas observarem características da superfície com mais de um metro. Segundo os cálculos dos astrônomos, o “poço” deve ter centenas de metros de diâmetro.
De acordo com a Nasa, há duas hipóteses que poderiam explicar a origem da misteriosa cratera: o impacto de um meteorito ou o vestígio de alguma formação do terreno que entrou em colapso.
Missão para Marte
A sonda MRO orbita Marte desde 2006, tirando fotografias de alta resolução e coletando dados científicos sobre o planeta, como temperaturas e características químicas da atmosfera e superfície. O objetivo é encontrar evidências de água em estado líquido que tenha persistido no planeta. Em setembro de 2015, informações captadas pela sonda confirmaram a existência de água corrente em veios de cerca de 100 metros de comprimento ao longo de crateras na superfície de Marte.