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Vídeo: Odebrecht bancou mais de R$ 15 mi para Haddad

Emílio e Marcelo Odebrecht detalham o custeio da campanha do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, em 2012

Por Daniel Pereira, Felipe Frazão, Hugo Marques, Marcela Mattos, Renato Onofre, Robson Bonin, Rodrigo Rangel, Thiago Bronzatto
Atualizado em 12 abr 2017, 22h52 - Publicado em 12 abr 2017, 19h28

 

Os empreiteiros Emílio Odebrecht e Marcelo Odebrecht, pai e filho, delataram repasses financeiros para a campanha do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), em 2012. Além dos proprietários , o ex-executivo Alexandrino Alencar também engrossou o coro de delatores contra Haddad. Segundo eles, o dinheiro – 15 milhões de reais – saiu do Setor de Operações Estruturadas da empresa, o departamento que distribuía propinas.

Os valores foram repassados a Haddad com o propósito de o Grupo Odebrecht ser beneficiado pela administração. A empresa tinha interesse na concessão do Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento (CID) e na autorização para compensação de tributos municipais até o limite de 420 milhões de reais.

“A gente acabou sendo uma forma fácil de pagar as despesas de marketing que João Santana prestava para vários candidatos do PT. Eu só assumia aqueles autorizados por Guido [Mantega] e [Antônio] Palocci”, disse Marcelo. “Essa foi uma candidatura que foi muito apoiada por Lula, e portanto teve um peso muito forte na época do Lula.” Depois de terminada a campanha, disse Marcelo, veio a dívida. “Não me recordo se a gente resolveu foi 15 ou 40”, disse Odebrecht.

O ex-presidente Lula participou das tratativas para os repasses de recursos para Haddad. “Todos os montantes foram negociados entre executivos da Odebrecht, em especial Marcelo Odebrecht, Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar, e o ex-presidente Lula e outros integrantes do governo do PT”, diz o documento que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal. O relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin, suspendeu o sigilo do processo e autorizou envido da petição para a Procuradoria da República em São Paulo, para investigar o caso, já que não há entre os envolvidos nenhuma pessoa com foro privilegiado.

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