O Brasil cresceu, em número de habitantes, menos do que se esperava. Na série histórica, que integra os dados do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2010 e o ano passado, a taxa de aumento médio anual foi de 0,52%, a menor na série analisada desde 1872. O período regular da consulta é de dez em dez anos, mas a pandemia de Covid-19 adiou a coleta dos dados. De 190,7 milhões, a população passou a 203 milhões — as projeções do próprio instituto, feitas antes da pandemia, apontavam que o número chegaria a 214 milhões. A pandemia e a recessão econômica de 2014 e 2015 tiveram impacto sobre essa reversão de expectativa. O número de domicílios passou de 67.569 .688 para 90.688.021. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 28, pelo IBGE.
Não foi no mesmo compasso o ritmo do crescimento populacional. Nas regiões Nordeste e Sudeste, o percentual foi menor do que a média nacional (-0,24% na primeira e -0,45% na segunda). Nos últimos doze anos, o maior crescimento se deu no Centro-Oeste (1,2% ao ano). Entre as capitais, as populações de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador encolheram. E o município de São Gonçalo, o maior da Região Metropolitana fluminense, teve a maior redução (-0,90%). É uma tendência: entre os 319 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, 39 tiveram diminuição populacional na comparação entre os dois censos, e isso fica claro na comparação com os dados de 2010, quando apenas quatro cidades tiveram aumento populacional.
A despeito da redução do percentual anual de crescimento, em 150 anos, o volume populacional brasileiro cresceu 193,1 milhões de habitantes. Em termos absolutos, os maiores incrementos foram observados entre 1970 e 1980, com um crescimento de 27,8 milhões de pessoas. Nos últimos 12 anos, a população recenseada aumentou em 12,3 milhões.
Até o encerramento da coleta de dados feita pelo IBGE, em 28 de maio último, os técnicos não obtiveram resposta dos entrevistados em 4,23% dos domicílios. Em 2010, o percentual foi de 1,6%. A região que menos respondeu foi o Sudeste, com 5,9%. O estado com o maior percentual foi São Paulo, com 8,11%.