Tumulto atrasa votação do afastamento do prefeito
Funcionários públicos foram dispensados do serviço para engrossar o coro a favor de Hélio de Oliveira Santos; início da votação estava previsto para as 18h
A votação do afastamento do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT) começou com manifestações públicas em plenário a favor do político. Partidários do prefeito posicionaram caminhões de som na porta da Câmara e funcionários públicos foram liberados do serviço para aumentar a pressão sobre os vereadores. Leia também: Corrupção em Campinas chega ao setor imobiliário Com apitos, militantes tumultuaram a sessão, aberta às 18 horas. Um empurra-empurra na entrada do auditório da assembleia provocou a intervenção da Guarda Municipal. O vereador Antônio Francisco Politizador (PMN), favorável ao afastamento do prefeito, foi vaiado até deixar o púlpito, sem terminar seu pronunciamento. O presidente da Casa, Pedro Serafim (PDT), exigiu que a plateia não atrapalhasse a sessão, sob o risco de mandar a guarda municipal esvaziar o plenário. Líder da oposição, o vereador Rafa Zimbaldi (PP) disse estar confiante no afastamento. Ele preside a comissão que analisa a conduta do prefeito. Zimbaldi disse contar, de saída, com 15 dos 22 votos necessários. Apenas três vereadores se declararam contra o afastamento. Os outros quinze não abriram seus votos ou disseram estar indecisos. Entre eles, estão integrantes da bancada do PDT, partido do prefeito. Histórico – Ex-integrantes da prefeitura de Campinas são investigados por um esquema de propinas. Hélio Santos não é investigado, mas a primeira-dama e ex-chefe de gabinete da prefeitura, Rosely Nassim Santos, foi denunciada pelo Ministério Público por formação de quadrilha, fraude licitatória e corrupção passiva. A Justiça vai decidir se aceita a denúncia e abre processo contra Rosely. Na terça-feira, o pedido de prisão dela foi revogado por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Também foram revogados os mandados de prisão temporária do vice-prefeito, Demátrio Vilagra (PT), e de outros cinco ex-secretários e ex-diretores da companhia de águas e saneamento, a Sanasa. Entre eles, Carlos Henrique Pinto, ex-secretário de Segurança, e Marcelo de Figueiredo, ex-Sanasa, que foram presos na manhã da última sexta-feira. Todos devem ser soltos ainda na quarta-feira.