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Tráfico do Rio usava Correios para receber peças de fuzil AK-47

Operação da Polícia Federal busca desmantelar grupo que trazia pentes do rifle da Polônia para quadrilha carioca; arma é uma das mais populares no mundo

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h31 - Publicado em 21 mar 2017, 16h08
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  • A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira a Operação PoBra com apoio da Receita Federal e dos Correios para prender três suspeitos de tráfico internacional de armas no Rio de Janeiro. Eles são acusados de usar o serviço de entrega dos Correios para receber armas e carregadores de fuzil AK-47 vindos da Polônia.

    As investigações tiveram início em fevereiro quando uma mulher foi presa em flagrante logo após retirar uma encomenda oriunda da Polônia recheada de pentes (locais onde vai a munição) de fuzis AK-47 na agência dos Correios de Alcântara, na Região Metropolitana do Rio. Segundos os agentes, um casal polonês era associado da mulher.

    Os agentes cumpriram três mandados de prisão preventiva, dois de busca e apreensão e um de condução coercitiva em São Gonçalo e Itaboraí, também cidades da Região Metropolitana da capital fluminense. Há ainda mandados sendo cumpridos no presídio de Bangu 4 contra um dos integrantes do grupo que havia sido preso anteriormente.

    O homem responsável por liberar as armas da Polônia já havia sido preso em 2014 e era, segundo a polícia, responsável pelo fornecimento do armamento para o tráfico no Morro da Alma, em São Gonçalo. No decorrer das investigações, a PF já apreendeu 96 carregadores de fuzis AK-47 oriundos da Polônia e destinados ao grupo criminoso. O nome da operação é uma referência a conexão Polônia-Brasil.

    Vladimir Putin com um fuzil AK-47 no centro de investigação e tecnológico em Moscou, na Rússia
    Vladimir Putin com um fuzil AK-47 no centro de investigação e tecnológico em Moscou, na Rússia (Alexey Drugiyn Ria Novosti/EFE/VEJA)
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    O AK-47, um produto típico do pós-Segunda Guerra e da Guerra Fria, é um dos fuzis mais populares do mundo e seu uso vai do crime organizado, como no caso dos traficantes, ao terrorismo, revoluções, contrarrevoluções e guerrilhas pelo mundo.  O número é uma referência ao ano de 1947, quando o modelo proposto pelo sargento russo Mikhail Kalashnikov ganhou a sua versão mais popular – AK é a abreviação do russo avtomat Kalashnikova obraztsa (arma automática de Kalashnikov).

    Homem da tribo 'Mursi' segura uma arma AK-47, em Marenke, Omo Valley, na Etiópia
    Homem da tribo ‘Mursi’ segura uma arma AK-47, em Marenke, Omo Valley, na Etiópia (Jorge Fernandez/12th Annual Smithsonian.com Photo Contest/Reprodução)

    Entre outros episódios históricos nos quais a AK-47 teve papel fundamental estão a Guerra do Vietnã (era a arma mais comum entre os guerrilheiros vietcongues), o atentado terrorista contra atletas judeus na Olimpíada de Munique de 1972 (há uma imagem clássica de um terrorista empunhando uma AK-47 na sacada do hotel onde a delegação de Israel estava concentrada) e os confrontos militares no Oriente Médio (é uma das armas preferidas do Estado Islâmico, por exemplo).

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    Mulher carrega metralhadora Ak-47 durante os protestos contra o ditador Muamar Kadafi em Benghazi, na Líbia
    Mulher carrega metralhadora Ak-47 durante os protestos contra o ditador Muamar Kadafi em Benghazi, na Líbia (Goran Tomasevic/Reuters/VEJA)

     

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