‘Soldado de Lula’, João Campos ganha o apoio de Rueda e do União Brasil
Situação mostra pragmatismo da legenda do Centrão, que em nível nacional rompeu com o governo federal e anuncia oposição à esquerda em 2026
O presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, declarou oficialmente, no domingo, 26, o apoio do partido à candidatura do prefeito de Recife, João Campos (PSB), para o governo de Pernambuco em 2026. O principal adversário do socialista na disputa do ano que vem deverá ser a governadora Raquel Lyra (PSD).
A situação destoa do cenário nacional, já que o União é um partido de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva — nesta segunda-feira, por exemplo, a sigla, uma das principais do Centrão, decidiu expulsar o ministro do Turismo, Celso Sabino, que se recusou a deixar a gestão comandada pelo petista. Já Campos é presidente nacional do PSB, um dos principais partidos da base do governo Lula. Há pouco tempo, o próprio Campos se colocou como “soldado de Lula” na eleição de 2026. Além disso, o União está formando uma federação partidária com o Progressistas (PP), outra sigla de direita e oposição, que tem como presidente o senador Ciro Nogueira, ex-ministro do governo Bolsonaro.
“João [Campos] é um amigo. Eu tenho uma preferência [por ele] aqui em Pernambuco, minha terra, meu estado. A gente esteve na eleição passada [de 2024, à prefeitura do Recife] juntos. Nós temos um conjunto no União Brasil, representado pelo nosso líder Miguel [Coelho]. E eu tenho certeza que a gente vai fazer uma parceria muito grande em todo o Brasil. Comecei aqui. Pegamos o mapa do Brasil e vimos que tem muito jogo político para fazer. [João Campos] é um jovem brilhante. A exemplo do pai [o ex-governador Eduardo Campos], ele tem um futuro dentro da política que poucas pessoas no Brasil tem, esse privilégio. Acredito muito no João, na forma de gerir, no dinamismo dele, no empreendedorismo, e Pernambucano só tem a ganhar com a candidatura dele”, declarou Rueda.
Miguel Coelho é ex-prefeito de Petrolina e tem andado pelo estado com Campos, a fim de crescer nas pesquisas e fazer parte da chapa majoritária. Ele disputa espaço atualmente com o ministro de Portos e Aeroportos Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), que também apoia Campos. Além deles, o senador Humberto Costa (PT-PE) já é um nome certo da chapa, competindo pela reeleição. As posições em que Costa Filho e Coelho vão ficar ainda estão incertas, mas eles desejam disputar o Senado. A ex-deputada Marília Arraes (Solidariedade-PE) também gostaria de tentar o Senado na chapa de Campos, mas, justamente pela falta de espaço, teria feito um acordo e vai disputar a Câmara, enquanto a irmã dela, a deputada federal Maria Arraes, vai disputar a Assembleia Legislativa do estado.
Rueda ainda comentou que tentará levar o PP para o lado de Campos, formando uma grande frente de centro-direita contra a governadora Raquel Lyra (PSD), que é de direita, mas tem a simpatia de Lula. “O PP é um partido que tem sua identidade, e a intenção do PP, a gente vai, ao longo do processo eleitoral, conseguir consolidar. Mas eu tenho certeza que o PP vai escutar a gente também. A ideia é tentar trazer o PP para aqui, próximo do João, e a gente fazer uma eleição com muita força dentro dessa federação e desse campo aqui”, disse Rueda.
O PP de Pernambuco deseja lançar a candidatura de Eduardo da Fonte ao Senado. Ele tem bom relacionamento com Raquel e com Campos.
Diferentemente do cenário nacional, a disputa pelo Palácio do Campo das Princesas em Pernambuco não reflete a polarização Lula-Bolsonaro. Os principais nomes da briga, Campos e Raquel, contam com apoio ou simpatia de Lula.
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