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Soldado pede afastamento da PM após vídeo em que beija um homem

Segundo advogado, policial está ‘fortemente abalado’ e se internou em clínica de repouso após sofrer ataques homofóbicos; cena foi flagrada no metrô de SP

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 3 jul 2018, 18h03 - Publicado em 3 jul 2018, 17h09

O soldado da Polícia Militar de São Paulo Leandro Barcellos Prior, de 27 anos, pediu afastamento de suas atividades profissionais após a divulgação de um vídeo em que aparece beijando outro homem. Após a veiculação da imagem, ele teria recebido ataques homofóbicos virtuais e ameaças de morte.

No vídeo, o rapaz aparece mexendo no celular e conversando com um amigo enquanto ambos estão dentro de um vagão da Linha 3-Vermelha, no sentido Corinthians-Itaquera. Em determinado momento, eles trocam um “selinho”. Durante a ação, ele está vestindo o fardamento da polícia, no qual está identificado como “SD PM Prior”.

Após receber as ameaças, Prior pediu afastamento da PM na sexta-feira 29 por estar “fortemente abalado”, de acordo seu advogado, José Beraldo. De acordo com ele, o rapaz está em uma clínica de repouso e sob tratamento com calmantes por ter passado por um “estresse profundo”. Ainda de acordo com o advogado, o PM está na corporação há quatro anos. Antes disso, residia no litoral norte paulista.

Ameaças

Beraldo afirmou que um boletim de ocorrência será registrado ainda nesta terça-feira 3 para denunciar os ataques e as ameaças de morte recebidos por Prior. Segundo ele, a maioria das ameaças é de desconhecidos, inclusive de supostos policiais de “alta patente”. “É um crime de ódio. Ele não pode ser hostilizado. É um crime homofóbico gravíssimo”, disse o defensor.

Devido às ameaças, Prior fechou os perfis que mantinha em redes sociais e, ainda, trocou de número de telefone. “Estamos pedindo rigor nas investigações. Posso garantir que ele sempre honrou a Polícia Militar, sempre honrou a farda”, afirmou o advogado.

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Por meio de nota, a PM afirmou que Prior está afastado para “tratamento de saúde” após ter procurado o serviço médico da instituição. “As ameaças feitas ao PM pelas redes sociais, com conotação homofóbica, estão sendo apuradas”, informou a instituição.

Além disso, a PM investigará o comportamento do soldado no vídeo. “A conduta do PM fardado no metrô captada em vídeo será apurada única e exclusivamente sob o aspecto administrativo, pois demonstra postura incompatível com os procedimentos de segurança que se espera de um policial fardado e armado, que exigem que esteja alerta.”

A instituição afirma, ainda, ter colocado à disposição do soldado as medidas protetivas previstas pela Divisão PM Vítima, da Corregedoria, que apura crimes cometidos contra policiais e dá apoio a vítimas.

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