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Simulado de emergência em Barão de Cocais reúne 26,7% do público esperado

Barragem da Vale pode se romper entre amanhã, 19, e 25 de maio, segundo informações da própria mineradora

Por Da Redação
18 Maio 2019, 19h49

O simulado de emergência de barragens realizado hoje neste sábado, 18, em Barão de Cocais, em Minas Gerais, reuniu cerca de 1.600 pessoas, representando 26,75% das mais de 6.000 pessoas que eram esperadas. Essa foi a segunda simulação de evacuação na cidade, onde há risco de rompimento na barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, da Vale. O treinamento teve duração de 48 minutos.

Segundo informações obtidas pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) com a própria mineradora, a barragem pode se romper entre amanhã, 19, e 25 de maio.

“O objetivo da atividade foi reforçar as orientações e treinamento da população residente na Zona de Segurança Secundária da cidade sobre como proceder em caso de emergência com a barragem Sul Superior da mina Gongo Soco. A ação foi motivada por eventuais impactos da vibração provocada pelo talude Norte da cava da mina na barragem”, disse a companhia, em nota.

A ação foi desenvolvida pela Defesa Civil estadual, com o apoio da Vale, que destacou 350 funcionários para participar da atividade. Também atuaram o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, as polícias Civil e Militar e a Prefeitura Municipal de Barão de Cocais.

Desde o dia 25 de março, quando foi feito o primeiro treinamento, foram instalados sete pontos de encontro na cidade, com funcionamento 24 horas. Na ocasião, no entanto, 2.400 pessoas não participaram do simulado.

A barragem está no nível máximo de alerta de risco desde 22 de março. Em 8 de fevereiro, cerca de 400 pessoas das comunidades de Piteiras, Socorro, Tabuleiro e Vila do Gongo foram removidas preventivamente de suas casas e acolhidas em moradias provisórias alugadas pela Vale, hotéis, pousadas da região e casa de familiares. Segundo a mineradora, foi respeitada a vontade de cada um.

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Além de Barão de Cocais, também foram realizados simulados de emergência com residentes da Zona de Segurança Secundária dos municípios de Santa Bárbara, em 29 de março, e São Gonçalo do Rio Abaixo, em 3 de abril.

Contenção

A mineradora Vale iniciou na última quinta-feira 16 a construção de uma contenção de concreto, que vai funcionar como uma barreira física caso haja rompimento da barragem. Em nota, a Vale informou que iniciou a terraplenagem para a construção, a 6 quilômetros da barragem.

“Além dessa estrutura que, após concluída, fará a retenção de grande parte do volume de rejeitos da barragem Sul Superior em caso de rompimento, a Vale está realizando intervenções de terraplenagem, contenções com telas metálicas e posicionamento de blocos de granito. Essa obra atuará como barreira física no sentido de reduzir a velocidade de avanço de uma possível mancha, contendo o espalhamento do material a uma área mais restrita”, diz a mineradora.

Aumento de multa

Em atendimento a um pedido feito pelo Ministério Público (MP), a juíza Fernanda Machado, da Vara de Barão de Cocais (MG), decidiu ontem 17 elevar o teto de uma multa aplicada à mineradora Vale para R$ 300 milhões.

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Segundo o MP, a mineradora não apresentou o estudo dos impactos relacionados ao eventual rompimento das estruturas da Mina de Congo Soco. A decisão ocorreu após notícias de movimentação do talude da cava norte da mina, que pode ter como consequência o rompimento da barragem.

Em nota, a empresa negou ter sido intimada pela Justiça e informou ter apresentado documentos atualizados. “A Vale, no prazo fixado pela determinação judicial, apresentou o relatório mais atualizado de dam break [rompimento] da Barragem Sul Superior, explicando naquela oportunidade a adequação dos critérios técnicos. A empresa não foi intimada de qualquer decisão quanto a eventual descumprimento da decisão liminar”.

Representante do papa

O secretário do Pontifício Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano, monsenhor Bruno-Marie Duffé, visitou hoje Brumadinho, a pedido do papa Francisco. Ele participou de caminhada – uma procissão com familiares dos mortos e atingidos pelo rompimento da barragem 1, da Mineradora Vale.

De acordo com o Comitê em Defesa dos Territórios, o secretário e pessoas da comunidade foram impedidos pela Vale de chegar ao local onde se encontra a maior parte dos rejeitos.

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Monsenhor Bruno-Marie Duffé entregou às comunidades de Brumadinho uma cópia da cruz peitoral do papa Francisco. Depois de passar por todas as casa, a cruz chegará à igreja principal e fará parte do Memorial de Brumadinho.

(Com Agência Brasil)

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