Sequestros, mortes e tiroteios atormentam cariocas nas últimas 24 horas
Duas famílias foram mantidas reféns e uma mulher, de 25 anos, morreu enquanto tentava proteger o filho, de 3, durante troca de tiros
Nas últimas 24 horas, o medo de andar pelas ruas do Rio de Janeiro tira o sono de cariocas da Zona Sul à Zona Norte da capital fluminense. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a cidade não registrava um dia tão violento quanto o de quarta para esta quinta-feira, 27. Ainda na tarde de quarta, 26, bandidos deixaram a favela da Rocinha, em São Conrado, em direção ao Complexo do São Carlos, no Rio Comprido, vestindo roupas camufladas e coletes à prova de bala. Quando o carro em que estavam parou de funcionar, na altura da Lagoa Rodrigo de Freitas, o bando abandonou o veículo com as armas em punho e entrou em confronto com policiais que atuavam na região. Duas pessoas, um militar e um criminoso, ficaram feridas e 40 cápsulas de bala foram encontradas no local.
ASSINE VEJA
Clique e AssineÀ noite, enquanto os moradores do Complexo do São Carlos (formado por outras cinco comunidades) viviam o terror do tiroteio, uma mulher de 25 anos foi morta por uma bala perdida enquanto tentava proteger o filho, de 3 anos. Ana Cristina da Silva chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu e deve ser enterrada nesta sexta, 28. No bairro do Rio Comprido, próximo à entrada da favela, um bandido invadiu um prédio residencial, atirou no porteiro e manteve uma família refém por algumas horas.
Na tarde desta quinta, 27, novos tiroteios foram registrados na região e um novo sequestro ocorreu, desta vez no bairro vizinho do Estácio. No fim da tarde, a polícia estava no local negociando a rendição dos criminosos armados.
Ao todo, a disputa entre o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro já rendeu dois sequestros, duas mortes (a de um suspeito e a de Ana Cristina) e cinco feridos (o policial militar da Lagoa, o porteiro, um sequestrador e dois outros criminosos).