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Roberto Caldas deixa Corte Interamericana após denúncias de agressão

Juiz alega 'razões particulares' para se afastar do cargo que ocupa desde 2013

Por André Siqueira Atualizado em 15 Maio 2018, 14h48 - Publicado em 12 Maio 2018, 19h39

O juiz Roberto de Figueiredo Caldas pediu licença da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) por tempo indeterminado. O pedido ocorre após ser acusado pela ex-mulher Michella Marys de violência doméstica, conforme revelou VEJA na edição desta semana.

Segundo Michella, Caldas a agrediu e a empurrou escada abaixo em 23 de outubro de 2017. No último dia 13, a vítima procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Brasília para prestar queixa por injúria, ameaça e agressões físicas.

Em e-mail enviado aos integrantes da Corte, ele afirma que pede licença ”por razões particulares” e que prestará maiores esclarecimentos ”oportunamente”.

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E-mail enviado por juiz Roberto Caldas a todos os integrantes da Corte Interamericana de Diretos Humanos (Reprodução/Reprodução) (Reprodução/Reprodução)

Representante do Brasil na Corte, o advogado foi indicado para o cargo em 2012 pela então presidente Dilma Rousseff. Eleito pela 42ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos em 2012, assumiu a cadeira no ano seguinte. Em 2016, Caldas assumiu a presidência da CorteIDH. Seu mandato termina em novembro próximo.

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Defesa

Em nota, o advogado de defesa de Roberto Caldas, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que seu cliente ”nega peremptoriamente qualquer agressão física” e que as fotos apresentadas pela vítima ”são impactantes, mas dissociadas da realidade, nada provam”. Em outro trecho, ”reconhece que os limites da ética foram ultrapassados e as agressões verbais são injustificadas”. Confira a íntegra do texto abaixo.

”A defesa do Roberto Caldas vem a público afirmar que reconhece serem graves as inúmeras ofensas verbais feitas pelo casal ao longo de uma tumultuada relação, reveladas em gravações que vieram a público. A sua ex-esposa o gravou por 6 anos, o que demonstra uma relação doentia por parte dela, repleta de inconfessáveis motivos, mas, de qualquer maneira, as ofensas verbais são injustificáveis. O Dr. Roberto Caldas nega peremptoriamente qualquer agressão física.

As fotos mostradas são impactantes mas dissociadas da realidade, nada provam contra o Dr. Roberto Caldas. Ao longo de 6 anos a ex-mulher o gravou! Se houvesse qualquer agressão física, parece evidente, teria sido constatada em 6 anos de gravação clandestina. A defesa se reserva o direito de não usar, pela imprensa, por ser um processo em segredo de justiça, e , principalmente, por envolver os filhos menores do casal, bem como a filha da sua ex mulher, a quem trata como se filha fosse, os elementos gravíssimos que demonstram a conduta criminosa da sua ex mulher.

Há crimes contra a vida anteriormente perpetrado, revelados em processo judicial, e outros graves crimes em época recente. Nada será objeto de exposição midiática ainda que o objetivo principal da sua ex-mulher seja exatamente este. Ressalta a defesa que, independentemente de qualquer acusação, reconhece que os limites da ética foram ultrapassados e as agressões verbais são injustificadas. Mas o Dr. Roberto Caldas não reconhece nenhuma agressão física. Aguarda a defesa, mesmo com o avassalador destaque negativo, que possa provar a verdade ao longo do processo”.

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