Promotores do Rio pedem exoneração após escolha de Cláudio Castro
Grupo está insatisfeito com a renovação do mandato do atual procurador-geral de Justiça, que foi o segundo mais votado pelo Ministério Público
Após a decisão do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, de reconduzir o atual procurador-geral de Justiça (PGJ), Luciano Mattos, ao cargo, o segundo nome mais votado na lista tríplice do Ministério Público (MP), 29 promotores renunciaram nesta sexta-feira, 13. Os integrantes do Gaeco, que investiga o crime organizado no estado, afirmaram que houve “quebra do compromisso assumido e ratificado” diante da escolha do governador.
Em nota, Cláudio Castro explicou que a escolha pela renovação do mandato de dois anos de Luciano Oliveira Mattos de Souza como procurador-geral de Justiça do estado do Rio de Janeiro está prevista pela legislação estadual. Em primeiro lugar na lista estava a procuradora Leila Machado Costa. A assessoria do MP enviou a VEJA o posicionamento do procurador, o qual “lamenta a postura dos envolvidos”. “Se utilizam dos seus cargos para fins meramente eleitorais da política interna, expondo negativamente o Ministério Público e colocando em risco a higidez dos trabalhos em andamento.”
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Veja a íntegra da nota dos promotores:
“Prezados colegas, comunicamos à classe que hoje, em razão da quebra do compromisso assumido e ratificado pelo Exmo. Sr. Procurador-Geral de Justiça, 29 Promotores de Justiça membros do GAECO (os 03 integrantes da coordenação e 26 membros) pediram exoneração de seus cargos. Não se desconhece a publicação da exoneração de todos os membros integrantes da administração a contar do dia 17 de janeiro, porém os subscritores entenderam que, dada a gravidade do ato praticado pelo Chefe da Instituição, seria indispensável um posicionamento expresso através de um pedido de exoneração a partir de amanhã. Nos despedimos com duas últimas operações hoje realizadas, deixando registrado que, apesar do anseio dos membros ser o prosseguimento dos trabalhos, dada sua sensibilidade e relevância, certos princípios são intransigíveis.”
Assinam a carta: Adriana Silveira Mandarino, Antônio Carlos Fonte Pessanha, Bruno Corrêa Gangoni, Bruno Gaspar de Oliveira, Caren Saisse Villardi, Carlos Eugênio Greco Laureano, Diogo Erthal Alves da Costa, Eduardo Fonseca Passos de Pinho, Fabiano G. Cossermelli Oliveira, Fabio Miguel de Oliveira, Flavia Maria de Moura Machado, Jorge Luís Furquim W. Abdelhay, Juliana Amorim Cavalleiro, Juliana da Gloria Pompeu Brando, Leonardo Yukio D.dos Santos Kataoka, Luís Fernando Ferreira Gomes, Marcelo Maurício Barbosa Arsênio, Marcos Martins Davidovich, Mariana Segadas Acylino de Lima, Matheus Gabriel dos Reis Rezende, Michel Queiroz Zoucas, Paula de Castro Cordeiro Campanário, Plinio Vinicius D’Avila Araújo, Rafael Dopico da Silva, Renata Mello Chagas, Roberta Dias Laplace, Rogério Lima Sá Ferreira, Rômulo Santos Silva, Sérgio Luís Lopes Pereira.