O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), tenente-brigadeiro Joseli Camelo, participou do programa Os Três Poderes nesta sexta-feira, 12, que você pode assistir na íntegra aqui. A live de VEJA, apresentada pela colunista Marcela Rahal, terá também a participação dos colunistas Matheus Leitão, Ricardo Rangel e José Benedito da Silva.
Camelo foi questionado sobre a cerimônia que marcou um ano do 8 de Janeiro, quando bolsonaristas atacaram as sedes dos três poderes em Brasília na tentativa de realizar um golpe contra a democracia, e também sobre a punição aos militares que se envolveram no ato violento.
Questionado se um ano depois dos ataques de 8 de janeiro de 2023 a democracia brasileira está consolidada, o militar respondeu que ‘acredita que sim’. “Tudo o que aconteceu levou para o mundo que nós temos uma democracia amadurecida, uma democracia robusta, uma democracia consolidada. E poderes que funcionam independentes, mas que são harmônicos entre si”, afirmou Camelo.
O presidente do STM também enalteceu o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial do ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos contra acusados de participar dos atos golpistas.
Militares serão punidos pelo 8 de Janeiro?
Sobre a possível punição de militares que estariam envolvidos no 8 de Janeiro, o chefe do STM disse que é preciso “paciência” e que nada foi encaminhado para a Justiça Militar até o momento.
“Todo esse processo investigatório feito pela CPMI [do 8 de Janeiro] não foi encaminhado para a Justiça Militar. Esse processo foi encaminhado para o Ministério Público e está sendo investigado. Nós temos que ter paciência. Nada foi concluído e não sabemos se serão oferecidas denúncias. As denúncias só serão oferecidas se houver indício de crime”, salientou.
“Se houver indício, o Ministério Público vai analisar e vai ser levado a um juiz competente, que vai julgar. O importante de tudo isso que é as nossas instituições estão funcionando plenamente. Vamos ter paciência e aguardar. Se cometeu maus feitos e for comprovado, deverá ser condenado”, completou Camelo.
Imagem das Forças Armadas piorou?
Perguntado se a aproximação de oficiais de alta patente com o governo Bolsonaro e o papel que eles tiveram no 8 de Janeiro comprometeram a imagem das Forças Armadas, o tenente-brigadeiro disse “não ter dúvidas” que sim e citou uma pesquisa que teria colocado as forças em quinto lugar na imagem perante a sociedade, na comparação com outros setores. Reiterou, porém, que o presidente da República pode escolher quem ele bem entender para cargos do governo, e sua proximidade com os militares o fez escolhê-los.
“Naturalmente, muitas das competências que foram atribuídas às Forças Armadas não deveriam estar [com elas]. Eu dou como exemplo o problema das urnas. [Para as] Forças Armadas não está prevista a fiscalização das urnas. As Forças Armadas participam das eleições e contribuem com o TSE na questão de garantir a apuração e votação”, afirmou.
Outros temas
Os colunistas também devem tratar da capa de VEJA da semana. Nela, é relembrada a história do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro de 2020, após longa procura, durante uma ação policial em Salvador. Quatro anos depois, o Ministério Público concluiu a investigação sobre o caso e VEJA teve acesso às 4.000 páginas da apuração. O trabalho, porém, não foi capaz de elucidar o mistério – pelo contrário, abriu novas dúvidas em torno do personagem que transitou entre o crime organizado e a política. Ainda há muitos detalhes intrigantes sobre o ex-militar e perguntas sobre sua morte que ficaram sem respostas.
Outros temas relevantes da semana, como a escolha de Ricardo Lewandowski para assumir o Ministério da Justiça e a crise de segurança no Equador, também devem ser abordados pelos colunistas.