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Líder do PEN-Patriota se diz ‘aliviado’ com saída de Bolsonaro

Deputados da legenda se rebelaram contra o que chamavam de “fome” do grupo do pré-candidato à Presidência em controlar o partido

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 6 jan 2018, 13h02 - Publicado em 6 jan 2018, 09h54

O presidente do PEN-Patriota, Adilson Barroso, se disse “aliviado” com a desistência de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) de ser o candidato à Presidência da República por sua legenda. “Fiz das tripas o coração para tê-lo com a gente, mudei o nome do partido, mexi no nosso estatuto, dei mais de 20 diretórios para o grupo dele. Mas você não pode ser convidado para entrar em uma casa e depois querer tomar ela inteira para você, expulsando seus moradores originais”, disse o dirigente.

Barroso afirmou que o relacionamento dele com Bolsonaro teria sido “envenenado” pelo advogado e assessor do deputado Gustavo Bebianno. Segundo Barroso, ele queria tomar o “partido inteiro para o grupo de Bolsonaro”. O rompimento já havia se insinuado quando deputados da legenda se rebelaram contra o que chamavam de “fome” do grupo bolsonarista.

Os deputados Walney Rocha (RJ) e Junior Marreca (MA) se posicionaram contra as mudanças no estatuto da legenda — principalmente aquela que impede alianças com partidos de esquerda (Marreca, por exemplo, é aliado do governador do Maranhão, Flávio Dino, que é do PCdoB).

Bem ao estilo Barroso, o presidente do PEN-Patriota já avisou que, sem Bolsonaro, pretende focar em convencer o ex-presidente do Supremo Joaquim Barbosa a sair candidato por seu partido.

“A questão de Bolsonaro tem a ver com a forma de operação dos partidos políticos no Brasil”, avalia cientista político Vitor Oliveir, do Pulso Público. Para ele, o fato de os partidos terem “donos” cria dificuldades para Bolsonaro se impor como dono de uma legenda que não é dele.

Já para o também cientista político Rogério Battistini, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, “Bolsonaro não está sabendo fazer o jogo político e criando dificuldades para sua própria candidatura”. Ele afirmou ainda que a vontade de ter controle absoluto sobre uma legenda só “pode minar os sonhos eleitorais de Bolsonaro”.

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