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Presença de invasores é real, diz memorando da Funai sobre terra indígena

Coordenação regional enviou à presidência da fundação documento sobre conflito envolvendo a etnia Waiãpi, no Amapá: 'clima de tensão na região é alto'

Por Redação
28 jul 2019, 18h34

A Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Amapá afirmou em memorando enviado à presidência do órgão que “com base nas informações coletadas pela equipe em campo, podemos concluir que a presença de invasores é real e que o clima de tensão e exaltação na região é alto”. O documento trata sobre as terras indígenas da etnia Waiãpi, localizadas no município de Pedra Branca do Amapari, 189 km da capital Macapá.

De acordo com a equipe da fundação, a invasão começou na última terça-feira, quando foi confirmada a morte do cacique Emyra Wajãpi, encontrado com sinais de facadas. O grupo de cerca de 15 invasores está armado e ocupou as imediações da aldeia Yvytotõ. Os moradores da região tiveram que se abrigar em outra aldeia vizinha, chamada Mariry. Também há relatos de ameaças contra outros moradores nos últimos dias.

“Solicitamos articulação da Presidência da Fundação Nacional do Índio e da Diretoria de proteção Territorial (DPT) junto ao Departamento de Polícia Federal (DPF) e/ou Exército Brasileiro, para planejamento e execução de ação emergencial para apurar denúncias tratadas neste processo”, diz o memorando.

No entanto, em nota oficial neste domingo, 28, a Funai ainda fala em “possível ataque”. “A Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio no Amapá encaminhou para a presidência do órgão nesse sábado (27) memorando informando sobre um possível ataque à Terra Indígena Waiãpi. Por se tratar de um local de difícil acesso, a Funai alertou os órgãos de segurança da área para se certificar da veracidade das informações”, diz o texto.

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“Neste domingo, após a chegada de servidores da Fundação, da Polícia Federal e do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), foi aberto inquérito pela PF para apuração da morte de um cacique que foi a óbito na semana passada. Servidores da Funai encontram-se no local e acompanham o trabalho da polícia. Assim que tivermos informações oficiais sobre o caso, atualizaremos”, afirma outro trecho do texto divulgado pela Funai hoje.

Neste domingo, o Ministério Público Federal também instaurou inquérito para investigar a invasão e a morte do cacique.

Invasão e morte

O Conselho das Aldeias Wajãpi descreveu em um documento os fatos que aconteceram na última semana. De acordo com eles, “na segunda-feira, dia 22, no final da tarde, o chefe Emyra Wajãpi foi morto de forma violenta na região da sua aldeia Waseity, próxima à aldeia Mariry. A morte não foi testemunhada por nenhum Wajãpi e só foi percebida e divulgada para todas as aldeias na manhã do dia seguinte. Na sexta-feira, dia 26, os Wajãpi da aldeia Yvytotõ, que fica na mesma região, encontraram um grupo de não-índios armados nos arredores da aldeia e avisaram as demais aldeias pelo rádio”.

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Ainda segundo o documento, “à noite, os invasores entraram na aldeia e se instalaram em uma das casas, ameaçando os moradores. No dia seguinte, os moradores do Yvytotõ fugiram com medo para outra aldeia na mesma região (aldeia Mariry). No dia 26 à noite, nós informamos a Funai e o MPF sobre a invasão e pedimos para a PF ser acionada. Na madrugada de sexta para sábado, moradores da aldeia Karapijuty avistaram um invasor perto de sua aldeia. No dia 28 pela manhã, um grupo de policiais federais e do BOPE chegou à TIW e se dirigiu ao local para prender os invasores”.

(Com Estadão Conteúdo)

 

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