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Prefeitura de Maceió decreta emergência por risco de colapso em bairro

Capital alagoana enfrenta afundamento de cinco bairros por efeito de atividades de mineração da empresa Braskem; desastre desalojou 55 mil pessoas

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 nov 2023, 21h37

A prefeitura de Maceió declarou nesta quarta-feira, 29, estado de emergência pelo prazo de 180 dias por risco de colapso de uma das minas da petroquímica Braskem. A mina 18, como foi identificada, está localizada no Mutange, um dos cinco bairros da capital alagoana atingidos pelo afundamento do solo que já levou ao esvaziamento de residências e deslocamento de 55 mil moradores. A empresa informou, em nota, que paralisou as atividades na região.

O problema é um desastre em andamento desde 2018, quando moradores do bairro do Pinheiro, o primeiro atingido, foram impactados por tremores de terra e rachaduras começaram a aparecer nas ruas e imóveis. Análises foram realizadas por membros da Defesa Civil, tanto municipal quanto estadual, mas foi um relatório do Serviço Geológico do Brasil que constatou que o problema havia sido causado pela exploração inadequada do sal-gema, produto usado para fabricação de cloro e soda cáustica, pela mineradora.

No decreto, assinado pelo prefeito JHC (PL), a gestão municipal informa que equipes da Defesa Civil relataram “o aumento expressivo de movimentação superficial do solo na região” e que há “iminência de colapso da mina 18 da mineradora Braskem na região da Lagoa Mundaú”. Com a determinação, autoridades do município passam a ter o direito de entrar em imóveis para fazer a pronta evacuação em resposta a possíveis desastres.

No X, antigo Twitter, o governador Paulo Dantas (MDB), informou que equipes da Defesa Civil Nacional e do Serviço Geológico do Brasil chegam nesta noite ao estado para acompanhar o que denominou como “o maior crime ambiental urbano do mundo”. Segundo Dantas, um desabamento poderia causar a formação de “grandes crateras”.

Em nota, a Braskem disse que “em decorrência do registro de microssismos e movimentações de solo atípicas pelo sistema de monitoramento, paralisou suas atividades na Área de Resguardo”. A petroquímica informou que os episódios estão concentrados em um ponto dentro das áreas de serviço da companhia em um trecho perto da Avenida Major Cícero de Goes Monteiro.

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“A área, que já estava com algumas atividades paralisadas para evitar interferência na coleta de dados, foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Essa é uma medida preventiva enquanto se aprofunda a compreensão da ocorrência”, diz a nota.

No mês passado, a Justiça determinou que a petroquímica indenize o Estado de Alagoas pelos impactos da atividade da empresa na capital. Na próxima semana, está prevista a apresentação de um requerimento para abertura da CPI da Braskem no Senado.

 

 

 

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