Polícia procura filho de vereador de SP condenado por roubo
Dono de 7 CPFs, Adílson Adriano Amadeu é também acusado de promover golpes com criptomoedas

A Polícia Civil de São Paulo procura o advogado Adílson Adriano Amadeu, 48, filho do vereador paulistano Adílson Amadeu (União Brasil). Condenado por roubo de uma Mercedes Benz em 2008 (pertencente a um ex-sócio), ele deve ser levado à prisão, segundo decisão da Justiça do último dia 6. Amadeu não foi localizado e é considerado foragido. O vereador, que não tem ligações com esse e outros casos do filho, não quis se pronunciar.
O motivo do roubo do veículo, avaliado na época em 100.000 reais (o equivalente a 250.000 reais atualmente), foi uma briga societária. Adílson montou com outras duas pessoas uma empresa de distribuição de combustíveis, mas seus então sócios começaram a desconfiar das atitudes e idoneidade do parceiro. Quando tentou desfazer a sociedade, a dupla foi ameaçada e o acusado disse que ficaria com o carro, após sacar uma arma. Ainda sob ameaça, as duas vítimas foram obrigadas a assinar procurações, notas promissórias, cheques e contratos. Um dos sócios disse que a empreitada lhe custou 2,5 milhões de reais.
Apesar da condenação, Adílson recorreu em liberdade, mas foi preso em 2020. Logo na sequência seus advogados alegaram que ele contraiu coronavírus e possuía cardiopatia grave. Diante do quadro, a Justiça concedeu prisão domiciliar ao condenado, mas a medida foi sistematicamente descumprida. Ele também é acusado de apresentar um laudo psiquiátrico falso e de falsificar documentos de advogados que o defenderam em diversas ações.
Tanto antes quanto depois da prisão, o histórico criminal do filho do vereador Amadeu é extenso. Atualmente há uma dezena de inquéritos policiais em curso que investigam a prática de estelionato. Em um dos casos, um casal de idosos disse que vendeu um imóvel avaliado em 1 milhão de reais para aplicar em criptomoedas. A promessa foi de lucro de 50% em um ano. O dinheiro, assim como o acusado, sumiu, segundo as vítimas.
Em outro inquérito, a polícia apura a existência de sete CPFs e dois RG em nome do homem foragido. Um desses documentos teria sido usado para ele passar na prova da Ordem dos Advogados do Brasil. Segundo os investigadores, a numeração do CPF é equivale ao de uma criança de dois anos. O registro dele na ordem foi cassado.
Em 2020, Adílson Adriano concorreu ao cargo de vereador de São Paulo, pelo PSB, mas não conseguiu ser eleito.