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Polícia prende homem apontado como matador da maior milícia do Rio

Braço-direito de dois bandidos mais procurados pelo Ministério da Justiça foi preso em Itaguaí, região estratégica para milícias da Zona Oeste e Baixada

Por Marina Lang Atualizado em 22 out 2020, 16h44 - Publicado em 22 out 2020, 13h10

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu cinco suspeitos de integrar a milícia que atua nas regiões de Itaguaí e Seropédica, na Região Metropolitana do Rio, nesta quinta-feira (22). Entre os presos está Gil Jorge Santos de Aquino Júnior, o Cova Rasa ou Da Cova, líder da milícia que atua na região do bairro Chaperó, em Itaguaí.

 

Ele é apontado pelos investigadores como um dos principais matadores da região e como braço-direito de dois dos bandidos mais procurados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública: Danilo Dias Lima, o Tandera, e Wellington da Silva Braga, o Ecko. Ambos são os principais líderes da Milícia de Santa Cruz, também conhecida como Bonde do Ecko, uma espécie de derivação da antiga Liga da Justiça, organização criminosa miliciana fundada nos anos 2000 na Zona Oeste do Rio, e figuram no rol de procurados pelo Ministério.

A região de Itaguaí é uma das mais visadas pelo grupo, que forma uma espécie de consórcio dali, passando pela Zona Oeste da capital até a Baixada Fluminense. VEJA apurou que o Porto de Itaguaí é estratégico para os negócios internacionais dos milicianos, como tráfico de armas ou de drogas. O bairro em que os suspeitos presos hoje atuavam é próximo à região portuária.

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De acordo com as investigações policiais, Da Cova matava desafetos e moradores que se opunham a determinações da milícia. A reportagem apurou que ele cresceu na hierarquia da organização criminosa nos últimos dois anos. Em 2018, ele era considerado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio como um paramilitar de “baixo escalão” que extorquia comerciantes sob ameaça e com armas.

Wellington da Silva Braga, o Ecko (Portal Procurados/Reprodução)

A operação de hoje é uma continuidade de ações da Polícia Civil do Rio na tentativa de estrangular o financiamento das ações do crime organizado das milícias fluminenses. Entre os crimes investigados da milícia de Itaguaí estão cobranças irregulares de taxas de segurança e de moradia; instalações de centrais clandestinas de TV a cabo (“gatonet”); armazenamento e comércio irregular de botijões de gás e água; parcelamento irregular de solo urbano; exploração e construções irregulares e outros crimes ambientais; comercialização de produtos falsificados e contrabando; transporte alternativo irregular; e estabelecimentos comerciais explorados pela milícia e utilizados para lavagem de dinheiro, entre outras crimes.

A prisão de Cova Rasa foi feita por policiais do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas (DRACO), e teve apoio de informações do Disque-Denúncia. O trabalho de inteligência também contou com investigações da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), Delegacia do Consumidor (DECON), Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e Divisão de Capturas da Polícia Interestadual (DC-Polinter).

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Na semana passada, a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), em ação integrada com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), interceptou e matou um comboio de 12 milicianos em Itaguaí. O grupo vinha sendo monitorado pelo serviço de inteligência da força-tarefa, que apurou a frequente movimentação de criminosos entre a Zona Oeste e a Baixada Fluminense. Um dia antes, uma operação de inteligência da Polícia Civil em Nova Iguaçu matou outros cinco milicianos – as equipes da Polícia Civil foram atacadas a tiros de fuzis quando se aproximavam do local conhecido como Km 32. O confronto foi registrado em vídeos de moradores da região nas redes sociais.

De acordo com a Polícia Civil, os criminosos reagiram e atiraram contra os policiais. Durante o confronto, oito fuzis foram apreendidos, além de diversas pistolas, munições, carregadores, aparelhos de comunicação e os quatro carros que faziam parte do comboio. No mesmo dia, agentes da Draco prenderam um integrante de uma milícia que atua em Nova Iguaçu. Ele fazia parte do grupo tático da milícia local, sendo responsável por ações diretas de combate.

Ontem, a polícia fez uma operação contra uma rede de farmácias que, de acordo com as investigações, era usada para lavar dinheiro da milícia de Ecko.

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