Polícia encontra 33 pitbulls em chácara de preso em rinha de cães
Policiais foram acionados após denúncia anônima; animais foram encontrados em condições precárias de saúde

A Polícia Civil localizou em Itu (SP) uma chácara com 33 cachorros da raça pitbull na tarde desta segunda-feira, 16. O proprietário do local é um dos 41 presos que participavam de uma rinha de cães em Mairiporã, na região metropolitana da capital.
A polícia foi chamada no local após uma denúncia anônima. No sítio, os pitbulls estavam em condições precárias de saúde. De acordo com a ASPA Itu (Associação de Socorro e Proteção aos Animais de Itu), ONG que auxiliou no resgate dos cães, além dos cães, também havia animais silvestres presos em gaiolas e dois cavalos.
A associação informou que, por causa da falta de espaço no abrigo, os animais resgatados serão colocados para adoção. “Precisamos de ajuda de vocês para encontrar um lar para cada um deles”, publicou a ASPA no Instagram, com imagens dos cães e da chácara.
No último sábado, 14, a Polícia Civil de São Paulo prendeu 41 pessoas que participavam de uma rinha clandestina de pitbulls em Mairiporã. Foram encontrados no evento 18 cães, quase todos feridos, além de um cachorro que estava sendo assado e serviria de comida para os outros.
Em entrevista a VEJA, Luisa Mell contou o que viu durante o resgate. “O caso choca pela crueldade. Fomos chamadas pela polícia em uma missão complexa, mas fundamental: ali, todos os cachorros guerreiam até matar um ao outro. Foram treinados para isso, aliás. Ao todo, resgatamos onze animais muito machucados que, se não fosse a ação policial, seriam todos mortos”, afirmou.
Apenas um dos presos teve a prisão mantida pela Justiça após audiência de custódia no Fórum de Guarulhos. Ele é apontado como responsável por organizar o evento. O homem teve prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Maus tratos
Nesta segunda-feira, 16, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados sobre maus-tratos aprovou um substitutivo de um projeto para aumentar a pena de quem fere, abusa ou mutila animais. O texto prevê reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição de guarda de animal. A Lei de Crimes Ambientais atual determina detenção de três meses a um ano para casos de violência contra animal.
O texto prevê o aumento de pena apenas para maus-tratos a cães e gatos. O relator, deputado federal Celso Sabino (PSDB-PA), afirmou que a mudança é necessária para que o cidadão tenha medo de maltratar o animal e possa “produzir exemplos para pessoas que estejam mal-intencionadas: se fizer aquilo, vai para o presídio”.