Polícia do Rio identifica suspeito de ataque ao Porta dos Fundos
Agentes procuram Eduardo Fauzi, integrante de grupo integralista e apontado nas investigações como ocupante do veículo usado na ação
A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou um dos suspeitos do ataque à sede do grupo de humor Porta dos Fundos. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, 31, o delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro informou que trata-se de Eduardo Fauzi Richard Cerquise. Ele foi identificado nas investigações, com a ajuda de câmeras de segurança, como um dos ocupantes do veículo usado no ataque. Segundo o delegado, Fauzi tem outras acusações por agressão e ameaças.
A Justiça expediu um mandado de prisão temporária de 30 dias contra Fauzi. A polícia foi a quatro endereços atrás do suspeito – dois residenciais e dois comerciais –, que segue sendo procurado. Nas buscas desta terça, os agentes apreenderam “simulacro de arma, munição, camisa de entidade filosófico-política e computadores”, além de 119.000 reais em espécie. A polícia também encontrou livros de cristianismo e islamismo.
Fauzi era integrante do grupo Frente Integralista Brasileira (FIB), que se inspira nos ideais da organização conservadora fundada por Plínio Salgado na década de 30. A FIB anunciou nesta terça, após a operação da polícia, a expulsão do suspeito. “O lamentável episódio nos faz refletir a respeito da importância de um zelo maior e melhor formação dentre aqueles que entram no movimento”, diz o comunicado. A Frente já havia negado qualquer participação no ataque na semana passada, depois da divulgação de um vídeo em que homens encapuzados reivindicavam a autoria da ação em nome de um suposto grupo integralista.
O delegado afirmou que ainda está sendo apurado se o ataque foi “um ato isolado ou se há ligação com alguma entidade”. “As investigações continuam com intuito de localizar e identificar os outros autores do crime. Na coleta de todas as informações, se chegará aos outros nomes e à motivação.”
A sede do grupo de humoristas Porta dos Fundos, no bairro do Humaitá, foi atacada com coquetéis molotov na madrugada da terça-feira passada 24. O fogo foi controlado por um segurança que estava no local. Ninguém ficou ferido. A trupe tem sido alvo de críticas e ameaças desde o lançamento do especial de Natal, na Netflix, que mostra um Jesus gay voltando do período no deserto com um namorado.