Polícia da Bahia faz reconstituição da morte de Adriano da Nóbrega
Equipes que participaram da operação em fevereiro vão refazer o percurso e repetir os movimentos na casa em Esplanada
A Polícia Civil e a Polícia Técnica da Bahia fazem neste domingo a reconstituição da operação que levou à morte do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega. Depois de mais de um ano foragido, o miliciano foi localizado pela polícia baiana e pela polícia fluminense em fevereiro. Segundo a versão oficial, ele reagiu a uma ordem de prisão e morreu após uma troca de tiros.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, cerca de cinquenta policiais das equipes envolvidas no confronto vão refazer neste domingo todo o percurso, repetindo os movimentos nos locais onde eles ocorreram, em uma casa na cidade de Esplanada. A simulação foi solicitada pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco).
De acordo com a versão oficial, ao encontrar Adriano da Nóbrega, policiais tentaram uma rendição pacífica. O ex-capitão não aceitou, sacou uma pistola e se refugiou na sede do sítio onde estava escondido. Três policiais, então, invadiram a casa. Um deles se postou à frente dos demais com um escudo à prova de balas. Recebidos com disparos, os agentes teriam reagido com tiros de fuzil e espingarda.
Reportagem de capa de VEJA de fevereiro apontava que evidências, como o fato de os tiros que mataram o ex-policial terem sido disparados a curta distância, fortaleciam a suspeita de queima de arquivo. Adriano era considerado peça-chave para o esclarecimento de dois casos emblemáticos: a expansão das milícias no Rio de Janeiro, muitas vezes com a ajuda clandestina de autoridades públicas, e o esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, hoje senador.