Polícia captura 111 presos que fugiram durante rebelião em Bauru
Detentos que foram recapturados perderão direito ao regime semiaberto; outros 43 seguem foragidos

Até o início da tarde de quarta-feira, 111 dos 152 presos que fugiram durante a rebelião no Centro de Progressão Penitenciária (CPP3) de Bauru, no interior de São Paulo, tinham sido recapturados, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) do estado. A Polícia Militar, com apoio do policiamento rodoviário, realizou bloqueios em rodovias da região, na tentativa de prender os 43 detentos que ainda estão à solta.
Os pavilhões do CPP3, que abrigavam 1.427 detentos do regime semiaberto antes da rebelião, ficaram parcialmente destruídos e sem condições de abrigar todos os detentos. Cerca de 600 presos permanecem na unidade. Todos os que fugiram e outros que se envolveram no conflito foram removidos para Centros de Detenção Provisória (CDP), onde vão aguardar a regressão para o regime fechado, em penitenciárias da região e do oeste paulista.
Os demais detentos do semiaberto já foram transferidos para unidades prisionais que atendem esse regime. A chegada de um comboio com cerca de 160 presos, nesta madrugada, no CPP de Hortolândia (SP), causou apreensão. De acordo com o Sindicato dos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária de São Paulo (Sindespe), a unidade já estava superlotada, com 1.469 detentos, onde cabem 1.036, e o clima de tensão piorou. A SAP informou que não se manifesta sobre transferência de presos.
Rebelião
O conflito de terça-feira foi o primeiro ocorrido no estado de São Paulo desde o início da crise penitenciária no Brasil, no começo do mês. A rebelião se iniciou por volta das 8h30, quando um agente penitenciário surpreendeu um preso que estava utilizando um telefone celular. Os presos reagiram e colocaram fogo em colchões. O Corpo de Bombeiros foi chamado para apagar as chamas e não houve reféns nem feridos.
Segundo o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), o CPP3 está sob influência do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das facções envolvidas em outros conflitos, como no Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte. Por ser uma unidade voltada para o regime semiaberto, o CPP3 não tem muralhas nem segurança armada, sendo cercada apenas por alambrados.
(Com Estadão Conteúdo)