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PM que agrediu estudante em protesto em Goiás é retirado das ruas

Subcomandante de companhia de Goiânia é visto em vídeo desferindo violento golpe em Mateus Ferreira da Silva, que fugia de tumulto; há risco de morte

Por Da Redação
Atualizado em 1 Maio 2017, 12h31 - Publicado em 1 Maio 2017, 12h14
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  • A Polícia Militar de Goiás afastou das ruas o capitão Augusto Sampaio de Oliveira Neto, subcomandante da 37ª Companhia Independente, em Goiânia, que agrediu com um violento golpe de cassetete o estudante universitário Mateus Ferreira da Silva, 33 anos, em manifestação contra as reformas trabalhista e da Previdência na última sexta-feira (28).

    O estudante, aluno de ciências sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG), sofreu traumatismo cranianoencefálico e múltiplas fraturas e está internado em estado grave no Hospital de Urgências de Goiânia. Ele respira por aparelhos, está sedado e com a pressão baixa, segundo boletim médico divulgado nesta segunda-feira – há risco de vida.

    Segundo o comandante-geral da Polícia Militar de Goiás, coronel Divino Alves de Oliveira, o capitão continua exercendo funções administrativas. “Não temos outro tipo de medida que prevê o afastamento total de função”, disse. O comandante acrescentou que o inquérito aberto para investigar o caso dura 30 dias e pode ser prorrogado por mais 15 dias.

    Mateus Ferreira da Silva
    O estudante Mateus Ferreira da Silva, que respira com a ajuda de aparelhos em hospital de Goiânia (Reprodução/ Arquivo pessoal/VEJA)

    Oliveira acrescentou que o inquérito foi aberto após a divulgação de imagens na internet que mostram a agressão ao estudante. Um vídeo que se espalhou pelas redes sociais registra o exato momento em que Mateus é atingido – ele aparece correndo para fugir de um tumulto ao fundo, quando o policial o atinge na cabeça, segurando o cassetete com as duas mãos.

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    Mateus participava das manifestações, quando, no início da tarde, um princípio de tumulto resultou em confronto entre policiais militares e alguns manifestantes, que passaram a lançar pedras e rojões contra os policiais.

    Em nota, a UFG repudiou a violência contra o estudante e cobrou das autoridades goianas a adequada apuração dos fatos e punição aos responsáveis. A Secretaria de Segurança Pública de Goiás é comandada deste fevereiro deste ano pelo ex-secretário nacional de Segurança Pública Ricardo Balestreri, um especialista na área de direitos humanos. Ele ocupou a pasta entre 2008 e 2010, durante o governo Lula, nomeado pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro.

    Repúdio

    Em nota, a secretaria disse que “condena veementemente as agressões sofridas pelo estudante” e diz que “tais agressões não condizem com as tradições e o legado histórico da Polícia Militar de Goiás, que tem uma trajetória de grandes serviços prestados à sociedade e ao estado”.

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    “A secretaria não compactua com esses atos que ferem a ética da corporação e das demais forças que compõem a segurança pública, cuja missão é proteger vidas e jamais atentar contra qualquer cidadão. As livres manifestações, desde que pacíficas e ordeiras, são um direito constitucional e legítimo de todos os brasileiros e devem ser respeitadas e preservadas por todos”, afirma na nota.

    “Mesmo quando houver eventual expressão de condutas delituosas, sempre minoritárias, essas devem ser reprimidas com rigor e cuidado técnico pela polícia, até em defesa do conjunto de manifestantes, mas sem jamais utilizar-se de recursos antiéticos e perversos, causadores de graves e desnecessárias lesões. A exigência de imobilização de eventuais manifestantes nunca justificará a transgressão de limites, o abuso e a truculência. A única resposta aceitável é a boa e rigorosa técnica”, diz a nota.

    A secretaria afirma, ainda, que “uma vez comprovada a autoria, será rigorosa na punição administrativa e no encaminhamento para a esfera judiciária, até para demonstrar cabalmente a sua contraposição aos desvios e o seu apoio à imensa maioria dos policiais que atua com correção moral e autocontrole”.

    (Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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