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PGR pede ao Supremo manutenção da prisão preventiva de João de Deus

Procuradora Raquel Dodge apontou risco de fuga e intenção do médium de dificultar as investigações. Ela também pediu a suspensão do sigilo do caso

Por Estadão Conteúdo 26 dez 2018, 23h06

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou nesta quarta-feira, 26, petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que defende a manutenção da prisão preventiva do médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus. Ele está preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia desde o dia 16 deste mês acusado de abusar sexualmente de mulheres que eram atendidas na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).

Na semana passada, a Polícia Civil concluiu o primeiro inquérito contra João de Deus e pediu seu indiciamento por violação sexual mediante fraude.

Na manifestação encaminhada ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, responsável pelas decisões durante o recesso do Judiciário, a procuradora defende a manutenção da prisão por haver risco de fuga e intenção do médium de dificultar as investigações. Ela cita as movimentações financeiras feitas por ele.

Dodge aponta também que nem o Tribunal de Justiça de Goiás nem o Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisaram ainda o mérito de habeas corpus apresentado pela defesa do líder religioso. A PGR pediu também a suspensão do sigilo do caso.

Em depoimento prestado nesta quarta-feira, 26, João de Deus disse que “não se lembra” das mulheres que o acusam de abuso sexual. Para o criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende o médium, é justificável que ele não se recorde do nome das mulheres que o acusam.

“Ele recebia entre 1.000 a 1.500 pessoas todos os dias. Foi perguntado a ele, especificamente, sobre três mulheres. Ele respondeu, logicamente, que não se recordava delas”, informou Toron. Antes de a PGR encaminhar a manifestação ao Supremo, Toron disse que não entendia o motivo de manter João de Deus em prisão preventiva, que bastaria “domiciliar com tornozeleira”.

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