O secretário de Administração Penitenciária do governo Cláudio Castro (PL) foi preso pela Polícia Federal nesta terça-feira, 17. Raphael Montenegro é apontado pelas investigações como um dos negociadores de vantagens ilícitas para traficantes do Comando Vermelho no sistema prisional. Além de Montenegro, foram presos, sob a mesma acusação, Wellington Nunes da Silva, subsecretário operacional da pasta e Sandro Farias Gimenes, superintendente da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Em nota, a PF disse que “os agentes públicos se comprometeram e realizaram diversas diligências para viabilizar o retorno de criminosos custodiados na Penitenciária Federal de Catanduvas, Paraná, para o estado do Rio de Janeiro”. De acordo com as investigações, “os servidores franqueavam a entrada de pessoas e itens proibidos em unidades prisionais estaduais”. A operação ocorreu algumas semanas após a soltura de Wilton Carlos Ribeiro Quintanilha, o Abelha, apontado como um dos chefes do Comando Vermelho. Segundo a PF, a liberação do preso ocorreu mesmo com um mandado de prisão em aberto.
Cerca de 40 policiais federais cumpriram três mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, expedidos pela Tribunal Regional Federal da 2ª Região, uma vez que Montenegro tem foro privilegiado. Além do Rio de Janeiro, os mandados estão sendo cumpridos nos municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A exoneração de Montenegro foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial do Estado. A mudança já estava prevista e foi anunciada pelo governador Cláudio Castro na última sexta. Quem assume a Seap a partir de agora é o delegado da PF Victor Hugo Poubel.
As defesas dos presos na operação de hoje não foram localizadas. Castro se manifestou por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa do governo. “Com relação à operação deflagrada nesta manhã pela Polícia Federal, o governo se compromete a auxiliar no aprofundamento das apurações. Nesta manhã, o governador falou com o ministro da Justiça, Anderson Torres, colocando o Estado à disposição e reforçando que o governo é o maior interessado no esclarecimento dos fatos”, diz o texto.