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PF prende dois integrantes da máfia italiana no litoral de SP

Mandados foram expedidos pelo STF que deve autorizar a extradição dos dois alvos para a Itália

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jul 2019, 13h45 - Publicado em 8 jul 2019, 11h03

A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira dois italianos acusados de integrarem a Ndrangheta, um grupo mafioso da região da Calábria, no Sul da Itália, que trafica drogas na Europa. Nicola Assisi e Patrick Assisi, pai e filho, foram presos em uma cobertura de luxo na Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, que contava com um sofisticado aparato de contra-inteligência.

O imóvel possuía paredes falsas, “usadas para esconder droga, armas e até para uma eventual fuga”, segundo o superintendente da PF do Paraná, Luciano Flores; e um moderno sistema de vigilância, com uma câmera de 360 graus na área externa do prédio que permitia monitorar – e até dar zoom – em quem entrava e saía da área. “Esse equipamento pode custar acima de 100.000 reais. Era uma central monitoramento interna independente da do condomínio”, disse o delegado Ricardo Hiroshi, do Departamento de Combate ao Crime Organizado da PF.

Além disso, foram encontrados com os dois alvos malas repletas de dinheiro, com euros, dólares e reais (o valor ainda está sendo contado pela PF); três armas de fogo; e passaportes falsos dos envolvidos.

Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido do escritório da Interpol no Brasil. A operação foi batizada de Barão Invisível e contou com a cooperação dos “carabinieri”, a polícia federal italiana. Os alvos estavam foragidos desde 2014, e há indícios de que passaram por Portugal e Argentina antes de virem ao Brasil. Nicola Assisi já foi condenado pela Justiça italiana a 14 anos de prisão por tráfico e associação criminosa, e é casado com uma brasileira. A imprensa italiana o chama de “fantasma da Calábria” pelas constantes fugas e as táticas adota para driblar as autoridades. Ele e seu filho devem ser extraditados nas próximas semanas para a Itália.

“Com certeza, esse grupo vai sofrer um abalo grande nas suas estruturas”, disse Hiroshi, em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira. Segundo a corporação, o grupo italiano era responsável pelo envio de uma grande parcela de cocaína da América do Sul à Europa. A Ndrangheta é uma organização criminosa antiga ligada às áreas rurais da Calábria que expandiu os seus negócios ilícitos pelo mundo à margem de máfias italianas mais célebres, como a Cosa Nostra e a Camorra.

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