A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira, dia 26, o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio no âmbito das investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) que apuram um esquema de financiamento de atos antidemocráticos no país. A suspeita da PF é que Eustáquio estaria tentando fugir do Brasil para o Paraguai – ele chegou nesta semana a ir ao país vizinho, “terra da sua mãe”, como ele mesmo publicou em seu perfil no Twitter.
A prisão temporária, válida por cinco dias, foi realizada em um hotel em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. O mandado foi expedido pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que é o relator do inquérito. O blogueiro é ligado à líder do acampamento autointitulado “300 do Brasil” Sara Winter, que ficou detida por dez dias e agora está em prisão domiciliar.
Os perfis no Twitter de Eustáquio e Winter destacam a ação judicial como uma “prisão arbitrária” e “política”, e publicaram que ele estava a caminho de São Paulo e não do Paraguai.
O blogueiro, que é jornalista formado, já havia sido alvo de busca e apreensão em pedido encaminhado pela Procuradoria Geral da República na operação realizada no último dia 15. Eustáquio costumava se indentificar em Brasília como assessor da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves, que chegou a empregar Sara Winter. Ele é casado com a atual secretária nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Sandra Terena.
O inquérito que tramita no STF busca esclarecer como foram patrocinados as manifestações pró-Bolsonaro que pediam o fechamento do Supremo e do Congresso. Nas ações, Alexandre Moraes chegou a determinar ao Facebook que forneça informações sobre a monetização das páginas de blogueiros e youtubers alinhados com o governo, dentre elas está o canal de Oswaldo Eustáquio e Sara Winter.