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PF investiga golpes financeiros de pastores evangélicos em fiéis

A Polícia apura a atuação dos religiosos na aplicação de golpes milionários que atingiram pelo menos 25 mil pessoas em todo o país

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h36 - Publicado em 23 nov 2017, 12h26
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  • Polícia Federal (PF) identificou a atuação de pastores evangélicos para beneficiar uma organização criminosa investigada por golpes milionários que atingiram pelo menos 25.000 pessoas em todo o país. A ação, parte da Operação Ouro de Ofir, deflagrada na terça-feira, investiga um grupo de uma  instituição financeira clandestina, que prometia lucros exorbitantes às vítimas em negócios fictícios por “ouro do império” e antigas “letras do Tesouro Nacional”.

    “A característica principal da fraude está em atingir a fé das pessoas e na sua crença  em um enriquecimento rápido e legítimo, levando-as a crer, inclusive, que tal mecanismo seria um ‘presente de deus aos fiéis’, ou seja, trazendo a fé religiosa para o centro da fraude (…) Muitas pessoas não estão interessadas em entender, pensar ou se informar – só estão interessadas em acreditar.” Afirma o delegado Guilherme Farias, em relatório.

    Segundo a polícia, diversas narrativas foram criadas pela organização para enganar as vítimas. As investigações revelaram que os criminosos faziam uso considerável de redes sociais, como Facebook e, principalmente, o Whatsapp para transmitir informações sobre as “operações” e “oportunidades” de negócio. Os chamados “corretores” utilizavam o espaço nos grupos para postar novos informes e áudios junto com os supostos “investidores” para legitimar o golpe.

    Apesar da existência de mais de uma narrativa, apenas dois crimes cometidos através de duas histórias foram alvos da operação. Um deles se refere a uma suposta família no Campo Grande (MS) detentora de lucros sobre a venda de centenas de toneladas de ouro do tempo do Brasil imperial (1882-1889). Para repatriar os valores obtidos com os lucros, essa família teria um acordo com uma ‘Corte Internacional’, que colocaria uma condição: 40% do montante recebido pelos herdeiros no Brasil teriam de ser doados a terceiros.

    Em outro golpe, as vítimas davam valores pela ‘recuperação de antigas letras do Tesouro Nacional’. O esquema era o mesmo: em troca de quantias de, no mínimo, R$ 1.000, eram prometidos às vítimas grandes lucros. Nos dois casos, as pessoas nunca receberam o que foi prometido. Há quem já tenha dado mais de R$ 20.000 ao grupo.

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    Um dos mentores desses golpes era Sidinei dos Anjos Peró, conhecido como Dr.Peró. Ele dizia ser juiz, mas possuía apenas uma carteira de identificação do Tribunal de Justiça Arbitral Brasileiro. “Juiz arbitral é um cargo que não existe. Um árbitro existe em Câmaras de negociação, não é um cargo público. O que eles queriam era status”, afirma o delegado Guilherme Guimarães Farias, que conduz as investigações.

    Segundo a polícia, Sidinei se associava com pastores evangélicos para vender aportes de sua operação a fiéis das igrejas evangélicas. Os pastores entravam no golpe estimulando os fiéis a “investirem”. A defesa de Sidinei dos Anjos Peró foi procurada pela redação e ainda não foi localizada. 

    (com Estadão Conteúdo)

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