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PF deflagra operação contra fraudes no INSS em São Paulo

Irregularidades podem ter lesado a Previdência em R$ 170 milhões; agentes cumprem quatro mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 26 nov 2018, 15h35 - Publicado em 26 nov 2018, 10h35

A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com órgãos que integram força-tarefa previdenciária, deflagrou nesta segunda-feira, 26, uma operação contra um esquema de fraudes que, conforme estimativa inicial dos investigadores, pode ter causado prejuízos de 170 milhões de reais à Previdência.

O inquérito policial que levou à operação foi instaurado em junho de 2018, após a PF receber informações de inteligência da Secretaria de Previdência Social de que havia inconsistências nos pedidos de aposentadorias em uma agência do INSS em Diadema, cidade na Grande São Paulo.

A apuração aponta que os pedidos suspeitos eram relacionados a trabalhadores de bancos públicos e privados, além de empresas de telefonia. Eles pleiteavam aposentadoria por tempo de contribuição com tempo a menor, apresentando documentos falsos para comprovar que trabalhariam em condições insalubres ou perigosas, que, na verdade, não ocorriam.

As diligências realizadas pela PF indicam que o grupo criminoso fazia reuniões com pessoas interessadas nesse tipo de aposentadoria todas as segundas-feiras, no interior de um gabinete da Câmara de Vereadores de Santo André.

Na ação, batizada de Operação Barbour, os agentes cumprem quatro mandados de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Diadema e Santo André, todos expedidos pela 3ª Vara de São Bernardo do Campo. Até agora foram apreendidos cerca de 42.000 reais e 3.000 dólares em espécie em Diadema, na residência de um servidor do INSS, além de documentos e mídias para armazenamento de dados.

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A força-tarefa previdenciária é composta, além da PF, por Ministério Público Federal, Coordenação de Inteligência Previdenciária, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Advocacia-Geral da União (AGU).

Em razão das evidências trazidas para a investigação, a AGU solicitou o bloqueio patrimonial de alguns envolvidos, para tentar garantir a restituição dos valores desviados e reaver o produto do crime.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, inserção de dados falsos nos sistemas informatizados, corrupção passiva e estelionato qualificado. O nome da operação, Barbour, remete a um cientista que desenvolveu uma tese de que o tempo, na realidade, não existe.

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