Pesquisa Datafolha: 63% acham que data do golpe de 1964 deve ser ignorada
Outros 28% disseram que o dia 31 de março deveria ser comemorado, oito pontos percentuais a menos em abril de 2019
Uma pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 30, pelo jornal Folha de S. Paulo apontou que 63% dos entrevistados acreditam que a data de golpe de 1964 deveria ser desprezada. Outros 28% disseram que o dia 31 de março deveria ser comemorado e os 9% restantes não souberam responder. O início da ditadura militar no país completa 60 anos neste domingo.
Contrariando setores da esquerda e do próprio governo para evitar desgastes com as Forças Armadas, o presidente Lula atuou para evitar qualquer evento oficial do governo sobre o aniversário das seis décadas do golpe.
Primeira mulher a presidir a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a professora Eneá de Stutz e Almeida afirmou nesta sexta-feira a VEJA que foi “um choque” a decisão de Lula de vetar atos sobre a data histórica.
“Recebemos essa decisão com perplexidade e decepção. Uma parte da população flerta hoje com o golpe porque não tem noção do que é um estado de exceção”, declarou, na live de Os Três Poderes.
O levantamento do Datafolha foi realizado presencialmente, com 2.002 pessoas de 16 anos ou mais em 147 municípios pelo Brasil, nos dias 19 e 20 de março. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Na última vez que o instituto propôs a questão, em abril de 2019, quarto mês do governo de Jair Bolsonaro, 36% dos entrevistados afirmaram que a data deveria ser celebrada, oito pontos percentuais a mais que na pesquisa de 2024. Já o índice dos que achavam que o golpe deveria ser ignorado foi seis pontos percentuais menor: 57%. E 7% não sabiam opinar.