Pesquisa aponta pragmatismo dos parlamentares com agenda econômica de Lula
Levantamento do Ranking dos Políticos indica disposição de deputados e senadores a negociar reformas na economia, sem adesão ou oposição integral
Apesar dos sucessivos entraves que o governo federal vem enfrentando no Congresso, com dificuldades para emplacar pautas envolvendo segurança, meio ambiente e regulação digital, a postura dos parlamentares é menos polarizada quando se trata da agenda econômica do Planalto. Uma pesquisa publicada pelo Ranking dos Políticos nesta segunda-feira, 17, indica que a maioria dos congressistas tem posição pragmática em relação às principais reformas econômicas do Executivo.
A pesquisa questionou 134 parlamentares sobre a postura que deve predominar no Congresso em relação às principais pautas econômicas do governo Lula, incluindo o aumento da isenção do Imposto de Renda, a criação de novas tributações, a medida provisória (MP) do Gás do Povo e o fim da escala de trabalho 6×1. Em geral, os congressistas demonstraram apoio à negociação dos projetos e aos ajustes pontuais, sem adesão ou oposição categórica às propostas federais.
Para 42,1% dos deputados, a tendência predominante em relação à pauta econômica deve ser de “negociação pontual com ajustes”, com 32,7% expressando “apoio majoritário” e outros 22,4% defendendo “resistência e obstrução sistemática” das propostas. Já no Senado, a agenda do PT na economia encontra mais tração — 44,4% dos senadores declararam apoio majoritário aos projetos, enquanto 29,6% optam pela negociação pontual e 18,5% declararam oposição categórica.
Para o governo federal, a postura pragmática dos parlamentares pode ser um cenário de copo meio cheio ou meio vazio, a depender do ponto de vista. Por um lado, a agenda econômica do PT enfrenta menos resistência imediata dos congressistas, mesmo entre as bancadas de oposição — por outro, as propostas chegam ao Congresso sem apoio consolidado da maioria e exigem esforços concentrados, caso a caso, para emplacar reformas no mandato atual.
O levantamento indica, ainda, que a posição dos congressistas é diversa mesmo em relação a itens distintos da pauta econômica. “Embora haja resistência diante dos aumentos de impostos, os parlamentares não mostram o mesmo vigor quando o assunto é a contenção dos gastos públicos, o que indica certa tolerância à expansão fiscal. Isso revela que o Parlamento brasileiro está mais aberto à discussão caso a caso, favorecendo o avanço de medidas por meio de negociações”, avalia Luan Sperandio, diretor de operações do Ranking dos Políticos.
O Ranking dos Políticos entrevistou 107 deputados federais de 20 partidos e 27 senadores de doze partidos, respeitando os critérios de proporcionalidade partidária, entre os dias 21 e 31 de outubro de 2025. O nível de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é estimada em 2 pontos percentuais (pp), para mais ou para menos.
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