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Patrícia Ellen: caneladas na linha de frente do combate à epidemia em SP

A secretária de Desenvolvimento Econômico virou alvo de ataques de outros integrantes da gestão — de acusações a piadas machistas

Por Mariana Zylberkan Atualizado em 4 jun 2024, 14h16 - Publicado em 12 jun 2020, 06h00
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  • Instalada em uma sala no Palácio dos Bandeirantes a poucos metros do salão transformado em bunker do gabinete de crise do governo estadual — apelidado de “covidário” —, Patrícia Ellen da Silva, de 40 anos, passa pelas mesas onde trabalham os técnicos de olho em dados exibidos em grandes monitores, interage com todos, mas ainda se sente um pouco isolada no ambiente dominado por homens. Secretária de Desenvolvimento Econômico e estrela em ascensão no Palácio dos Bandeirantes, ela é uma das quatro mulheres de um gabinete com 26 postos. Foi alçada à posição de liderança no combate à epidemia no estado por ter vasta experiência com o uso de tecnologia na gestão de saúde (foi presidente do grupo Optum Brasil, especializado na área), uma habilidade fundamental no atual momento, e formação em administração de empresas pela FEA-USP, conhecimento que usa para nortear a condução da retomada das atividades em São Paulo, sob sua responsabilidade.

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    “As pessoas não esperam que uma mulher, jovem, de gestão técnica, esteja ali desenvolvendo o papel que eu tenho no governo”, diz. “Sofri muito com algumas histórias”, completa, antes de dizer que pensou em voltar à iniciativa privada. Patrícia se refere ao fato de ter virado alvo de ataques de outros integrantes da gestão — que vão de acusações de beneficiar consultorias com as quais já trabalhou a piadas machistas. Em uma reunião de secretariado, um dos presentes desdenhou dela ao dizer que o governador Doria “só ouve opinião de mulher bonita”. Por esses motivos, ela se limita a manter proximidade com o núcleo duro do governo, formado por Doria e pelo vice-governador Rodrigo Garcia (DEM). No recente programa de flexibilização da quarentena do estado, sua atuação foi fundamental para tentar equilibrar as demandas de saúde e de economia. “Vamos vencer a crise, com responsabilidade”, confia.

    Publicado em VEJA de 17 de junho de 2020, edição nº 2691

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