O Distrito Federal não elege prefeito e nem vereador, mas isso não quer dizer que a capital tenha ficado completamente isolada das articulações que movimentaram os políticos nos últimos meses. Em Brasília, as atenções já estão todas voltadas para 2026, quando será escolhido o novo governador.
O PSB largou na frente. Há dez dias, o partido lançou como pré-candidato ao governo do DF o atual presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Ricardo Capelli, ex- secretário-executivo do Ministério da Justiça na gestão de Flávio Dino.
Após os ataques de 8 de janeiro, Capelli foi nomeado interventor na segurança do DF e, na sequência, chefiou o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI). Ganhou certa notoriedade nesse período. Ele terá o apoio do vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB) e tentará se viabilizar como representante do campo esquerdista.
Brasília foi uma das unidades da federação em que o PT sempre colheu excelentes resultados eleitorais. Mas não é mais há algum tempo. O último governador do partido, Agnelo Queiroz, chegou a ser preso em 2017 por ligações com um esquema que superfaturou as obras do Estádio Mané Garrincha.
A imagem do partido ficou mais arranhada ainda há duas semanas, quando o vice-presidente da sigla no DF, Wilmar Lacerda, foi preso por abuso sexual contra adolescentes de 13 a 17 anos de idade. Em 2022, sem um adversário à altura, o governador Ibaneis Rocha (MDB) se reelegeu no primeiro turno. No DF, Jair Bolsonaro também bateu Lula tanto no primeiro como no segundo turno.
O PSB quer reeditar a bem-sucedida frente ampla que elegeu Lula presidente. O partido está conversando com vários políticos, de várias correntes. Um dos procurados foi o ex-governador petista Cristovam Buarque, hoje filiado ao Cidadania. As articulações estão sendo conduzidas pelo presidente da legenda, Carlos Siqueira.
Do outro lado, a candidata ao Palácio do Buriti deve ser a atual vice-governadora Celina Leão (PP). Ela tem o apoio da senadora Damares Alves (Republicanos), ex-ministra de Jair Bolsonaro, e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que deve disputar uma vaga no Senado — uma frente que une PP, Republicanos, PL e MDB.