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Paredes pintadas, flores e esporte: a volta ao Colégio Raul Brasil

Escola reabriu as portas aos alunos, seis dias depois do massacre que deixou oito vítimas em Suzano (SP)

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 mar 2019, 14h46 - Publicado em 19 mar 2019, 12h41

“Bom dia, tem café para vocês”, exclamou a funcionária encarregada de receber os alunos e seus familiares com rosas, na reabertura dos portões da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP) na manhã desta terça-feira, 19. Sua empolgação contrastava com o semblante fechado e o choro de vários adolescentes, que retornaram à cena do crime bárbaro que deixou oito vítimas na última quarta-feira 13.

A escola foi aberta aos jovens às 10 horas desta terça, mas o retorno à normalidade ainda levará tempo – a expectativa da Secretaria da Educação é que as aulas sejam retomadas dentro de quinze dias. Em parceria com o governo estadual e com um grupo de psicólogos, os professores desenvolveram para os próximos dias atividades de acolhimento, como oficinas, terapias em grupo e rodas de conversa.

Nesta manhã, o trabalho focou em conversas com os psicólogos e a prática de esportes como vôlei, futebol e basquete. “Haverá atividades esportivas e lúdicas, com paradas para o café, grupo de apoio psicológico em grupo e individual, para que aos poucos eles voltem a ser acolhidos neste ambiente”, explicou o psicólogo Bruno Fedri, da Secretaria Estadual de Justiça.

Uma das ações imediatas foi dar novas cores ao local. “A escola foi toda pintada, porque acreditamos que esse ambiente marcado por um crime deva ser transformado, mas isso é apenas um auxílio de vários que eles vão precisar”, explicou Fedri.
Segundo ele, até o momento apenas uma família mostrou interesse em deixar o colégio. “A ideia é mostrar que essa escola é um espaço de convivência construtiva com a qual elas podem contar. Nossa preocupação inicial é que eles tenham um espaço para expressar o que sentem em seu próprio ritmo.”

‘Vamos superar juntos’

A aluna Yasmin Nogueira, de 17 anos, que presenciou o ataque, chegou cedo ao colégio com os pais e falou sobre o drama vivido. “Foi uma semana muito difícil, é algo que nunca vamos esquecer. Mas acredito que esse acompanhamento psicológico vá nos ajudar muito. Não penso em sair do colégio, porque ele é bom e também porque meus amigos estão aqui. Passamos por isso juntos e vamos superar juntos”, disse a jovem, que na fuga do colégio passou ao lado do atirador.

Às 11h30, enquanto alguns alunos jogavam futebol, centenas de estudantes soltaram balões brancos no pátio em sinal de paz, aos gritos de “alegria”. Em seguida, diversos jovens deixaram o local, com semblante mais feliz do que o da entrada. O prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, acompanhou todas as atividades no local.

O ataque da semana passada causou a morte de cinco estudantes (Samuel Melquiades, Caio Oliveira, Kaio Lucas, Claiton Antônio, Douglas Murilo), duas funcionárias do colégio (Marilena Umezu e Eliana Regina), e também de Jorge Antônio de Moraes, tio de um dos atiradores, baleado pelo próprio sobrinho em sua loja de carros próxima à escola. Guilherme Taucci Monteiro, um dos autores do ataque, também matou o comparsa Luiz Henrique Castro e depois se suicidou.

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